No Brasil, o nome do Reverendo Jesse Jackson (foto) talvez não seja muito conhecido, mas, nos Estados Unidos, tem peso.
Ao lado do mais famoso Martin Luther King Jr., Jackson participou da luta pelos direitos civis dos negros americanos e, em 1984 e 1988, foi pré-candidato à presidência pelo Partido Democrata. Não bastassem essas credenciais, foi eleito em uma pesquisa de 2006 o "mais importante líder negro" do país.
Religioso, Jackson é também pastor da Igreja Batista – mas, ao contrário de tantos outros cristãos, deixou a homofobia de lado e, desde 2010, tem se tornado progressivamente conhecido por apoiar os direitos civis de gays.
Naquele ano, o reverendo, que já havia se posicionado contra a Proposição 8, que bania o casamento gay na Califórnia, se manifestou, pela primeira vez, a favor das uniões entre pessoas de mesmo sexo – e pediu que a Proposição fosse derrubada. Infelizmente, em plebiscito, ela foi aprovada, embora ainda esteja em disputa judicial.
Jackson, no entanto, não recuou – e recentemente provou que sua mudança de posição foi pra valer. "Começando com o Voting Rights Act de 1965, com a inclusão de negros, hispânicos, jovens de 18 anos e mulheres, as oportunidades são agora ilimitadas", disse ele, segundo o site HumanEvents.com. Em seguida, o reverendo acrescentou que não "tinha problemas" com relações entre pessoas de mesmo sexo – e, perguntado se faria a cerimônia de um casal gay, foi positivamente taxativo: "Se me pedirem para fazer". Que diferença em relação aos pastores brasileiros, não?
A Convenção Democrata terminou na última quinta-feira, dia 6, e, como esperado, nomeou o presidente Barack Obama, que também é a favor do casamento gay, candidato à reeleição. A candidatura Obama tem recebido apoio da comunidade LGBT americana.