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Evangélico Magno Malta aproveita saída de Marta para tentar derrubar lei anti-homofobia

Com a saída de Marta Suplicy (PT-SP) do Senado Federal para o Ministério da Cultura, a convite da presidente Dilma, o PLC 122, o projeto de lei que criminaliza a homofobia no Brasil, ficou em situação delicada. Isso porque Marta era a relatora do projeto desde fevereiro de 2011, quando assumiu o posto da ex-senadora Fátima Cleide (PT-RO) e impediu que ele fosse definitivamente engavetado.

Com sua saída, inicialmente a vaga no Senado iria para seu suplente, Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), atualmente vereador – e que, ligado a 22 paróquias da zona sul de São Paulo, se posicionou contra o casamento gay e afirmou que pretendia votar no Senado de acordo com a posição da Igreja Católica e suas convicções religiosas pessoais, conforme divulgou A Capa na última quinta (13).

No mesmo dia, porém, o site Poder Online informou que Rodrigues havia confessado ao senador evangélico Magno Malta (PR-ES) (foto), seu amigo pessoal, que não assumiria a vaga. "Ele está no exercício do mandato. Não quer que seus eleitores pensem que abandonou os compromissos que havia assumido quando se candidatou à Câmara Municipal apenas por ambição pessoal de se tornar senador", disse Malta, segundo o site.

Se for assim, Paulo Frateschi, um dos dirigentes do PT e segundo suplente de Marta, deverá assumir. Não pensem, porém, que isso garante a relatoria do PLC. Isso porque, novamente segundo o Poder Online, Magno Malta, de posse da informaçã privilegiada, enviou na sexta-feira (14) ofício ao presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim (PT-SP), solicitando a relatoria do projeto.

A estratégia de Malta, que é confessadamente contra o PLC, é clara: derrubá-lo. Ao Poder Online, o senador evangélico disse o porquê de ter pedido a relatoria: "Primeiro, porque acho que ela caberia ao suplente da Marta, o vereador paulistano Antônio Carlos Rodrigues, que é do PR e evangélico (sic) como eu, mas não irá assumir no Senado. Depois, porque o Paulo Paim é pai e sogro de pastores evangélicos e tem o compromisso conosco de não favorecer a aprovação deste projeto".

Enquanto isso, Marta Suplicy tem tentado convencer a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), sua amiga, a assumir a relatoria do PLC 122. No entanto, Lídice ainda não se manifestou, o que é preocupante, já que o senador evangélico tomou a dianteira.
 

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