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Projeto que legaliza casamento gay sofre críticas de cristãos e de homossexuais na França

A Capa já tinha adiantado que o novo governo socialista francês, do presidente François Hollande, enviaria um projeto de lei ao parlamento para legalizar o casamento gay no país.

Parece que a promessa será cumprida. Na semana passada, a imprensa local informou que a Ministra da Justiça, Christiane Taubira (foto), confirmou que um projeto de lei legalizando o casamento igualitário e a adoção de crianças por casais homossexuais será apresentado ao gabinete ministerial no final do próximo mês. Ao contrário de países como Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Islândia, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia e Reino Unido, a França ainda não permite a adoção por casais de mesmo sexo.

O anúncio recebeu, em seguida, a esperada oposição da Igreja Católica e de setores políticos conservadores. A líder do Partido Democrata Cristão, Christine Boutin, disse em um programa de rádio que o projeto deveria ser posto em referendo, talvez ignorando que pesquisas recentes apontam que dois terços dos franceses são a favor do casamento igualitário e mais de 50% apoiam a adoção gay.

O problema é que os detalhes informados por Taubira não agradaram também a comunidade LGBT. A principal crítica é o fato de a ministra ter comentado ao jornal La Croix que o projeto negará acesso à reprodução artificial para os casais lésbicos.

Um item particularmente caro as lésbicas, a não inclusão do direito a ter filhos por inseminação artificial irritou os LGBTs, que agora se sentem traídos. "Sem reprodução assistida, a procriação é quase impossível. Seria terrivelmente hipócrita para os socialistas introduzirem um projeto de lei para a ‘igualdade’ sem nos permitir os mesmos direitos parentais que aos nossos pares héteros. Igualdade pela metade não é igualdade", disse Catherine Michaud, líder do grupo ativista GayLib..

Face às críticas, no final da semana, o porta-voz do grupo Inter-LGBT, Nicolas Gougain, disse que o projeto deverá ser apresentado ao Conselho de Ministros no dia 24 de outubro e acenou que, ao contatar o gabinete da ministra, este informou a reprodução assistida ainda não foi descartada: "A ministra confirmou que, no estado atual, o texto não fornece uma emenda que permita a reprodução medicamente assistida para casais do sexo feminino, mas ela foi extremamente cautelosa, dizendo que não houve oposição substancial a esse assunto e que iria adiá-lo para arbitragem do presidente da República e do primeiro-ministro ", declarou Nicolas, segundo a revista Têtu.
 

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