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Gays cubanos denunciam perseguição homofóbica do governo

Depois de comemorarem o Dia contra a Homofobia pelas ruas de Havana, os homossexuais cubanos voltaram à triste realidade de viverem sob um governo ditatorial. Segundo denúncias de grupos locais, policiais prenderam e multaram vários homossexuais na Praia de Chivo.

Ao site CubaEncuentro, organizações disseram que policiais reprimiram os homossexuais e avisaram que eles não poderiam ficar em locais "propensos à delinquência", isso de acordo com a nova lista de infrações do regime autoritário cubano.

O ativista Aliomar Janjaque Chivás, do grupo Fundação Cubana LGBT, disse que mais de 70 pessoas foram presas. "Ficamos por horas detidos, para sermos liberados tivemos que pagar uma multa", relatou o ativista. Ainda segundo Chivás, as "barricadas contra os homossexuais acontecem antes, durante e depois de qualquer celebração gay".

Aliomar Janjaque fez outra revelação da realidade gay cubana ao contar que os "homossexuais são perseguidos e recolhidos pela polícia". "A polícia aparece com um caminhão, utilizam policiais disfarçados de civis para pegarem homossexuais e os levam para alguma estação e os multam", disse.

Elizardo Sánchez Santacrus, líder da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), confirmou as prisões. "Todos os meses chegam a nós denúncias de prisões contra homossexuais nas ruas", contou. Para ele, a política do governo cubano frente às questões LGBTs é ambígua. "Ao mesmo tempo que o governo organiza celebrações e as mantém, ele também promove a repressão contra gays e lésbicas", criticou.

Lirian Gordillo, funcionária do Centro Nacional de Educação Social (CENESEX), questionou os ativistas e disse que não recebeu nenhuma "denúncia", reforçando que "jamais" viu qualquer tipo de repressão contra homossexuais nas ruas de Cuba. Questionada se existe algum órgão onde cidadãos gays poderiam fazer suas denúncias, Gordillo deixou à disposição o departamento jurídico do CENESEX.

O jornalista independente, Roberto de Jesús, fez uma lista com vários locais onde as forças oficiais atuam diariamente. "Nos cinemas Payret e Yara, na cachoeira do Hotel Nacional, no Capitólio, no parque Vedado, na rua G, na avenida Carlos III e outros lugares", contou. O jornalista revelou ainda que o governo reprime pessoas que frequentam esses lugares, como "gays, emos e hippies". "Pessoas que têm tatuagem também são presas", disse.

O presidente do Centro de Direitos Humanos disse que, apesar de alguns avanços no regime, ainda prevalece "uma atmosfera homofóbica, implementada por um governo essencialmente machista". Porém, afirmou Sanchez, "a propaganda quer nos colocar junto das tendências modernas do mundo".

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