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Hey Ladies: Rio de Janeiro agora tem festa dyke

Agora é a vez do Rio de Janeiro abrigar uma festa exclusivamente dyke e o nome dela é “Hey Ladies”. Não que a cidade maravilhosa nunca tenha tido uma festa para este público, entretanto, é a primeira vez que um evento com bolachas interessantes acompanhado de um som original vai invadir a noite carioca uma vez por mês.

E a estréia da “Hey Ladies” vai rolar hoje na casa noturna Pista 3. Por isso, o Dykerama.com procurou a organizadora da festa, DJ Bree, para sabermos mais detalhes a respeito deste acontecimento sapatonístico. Ela está empolgadíssima, confira a entrevista exclusiva abaixo!

Dykerama – Você tem outra profissão além de produzir a Hey Ladies?

Bree – Eu trabalho numa editora e sou DJ, inclusive toco na festa.

Dykerama – É a primeira vez que terá uma festa exclusiva para meninas no RJ?

Bree – Não é a primeira festa focada nesse público feminino, mas certamente é a primeira que vai tocar indie rock, electro, uns vintages legais tipo Brigitte Bardot e Serge Gainsbourg, flashbacks de eletrônico dos 80 e 90. Cada DJ pega mais por um lado, vamos dividir a noite entre eu, DJ Miss Silk (garimpa sons brasileiros interessantes que funcionam muito bem na pista, além de electro) e a DJ DeFátima, que tocava na festa Republika, de indie rock. Uma mistureba, mas tudo de bom gosto. É bem diferente do que já se viu no Rio para o público gay feminino.

Dykerama – Você pretende seguir em frente com a Hey Ladies ou será apenas uma edição?

Bree – Quero seguir em frente. Estou bancando a festa sozinha porque acredito nela. É um risco, mas vale a pena.

Dykerama – A cena de festas lésbicas de São Paulo te influenciou na criação da Hey Ladies?

Bree – Conheço meninas que pegam um ônibus na rodoviária para irem às festas de São Paulo. Viram a noite lá e depois voltam direto pro Rio. Um dia fiz o mesmo, peguei estrada e fui lá ver qualé. Fiquei impressionada. E não só: as produções das garotas são interessantíssimas, nota 10 pro estilo. Ninguém com medinho do antiquado “coió”, também. O nome disso é visibilidade, e se construiu com ajuda de festas bacanas. Quanto mais meninas freqüentam, mais se mostra à cidade o quanto é natural sua orientação sexual, seu jeito, seu estilo de vida. No Rio tudo me parece muito tímido.

Dykerama – O que você pretende com a Hey Ladies?

Bree – Quero me divertir e criar um ponto de encontro diferente pra “nossa turma”. Outra coisa é que o armário das festas de rock no Rio está lotado e as meninas ainda tentam dançar lá dentro! Espero que isso mude um pouco com a festa. Pra ninguém ficar no Orkut perguntando onde diabos se enfiaram as lésbicas interessantes do Rio de Janeiro.

Dykerama – Quais são os planos para o futuro da festa?

Bree – Divulgar, ver o público feminino crescer e se sentir cada vez mais à vontade na noite do Rio.

Dykerama – Qual o tipo de som que toca na festa?

Bree – Resumindo mesmo, é indie rock, electro, uns vintages legais tipo Brigitte Bardot e Serge Gainsbourg, flashbacks de eletrônico dos 80 e 90. Uma tremenda mistureba, mas tudo de bom gosto.

Dykerama – Os drinks são grátis?

Bree – Tem uma promoção assim: compra um uísque c/ guaraná e ganha outro grátis. Também vamos sortear três exemplares do Guia Gay do Rio de Janeiro, que é lindíssimo, parece um livro de arte. A idéia é continuar sorteando coisas bacanas em cada edição. Toamra que eu consiga fazer mais!

Dykerama – Como é o lugar que você escolheu para realizar a festa?

Bree – Tem sinuca, salão de jogos, sofazinhos pro chill out separados da pista, dois bares (um no térreo, outro no segundo andar) e cerveja gelada.

Dykerama – Como é a cena lésbica do Rio de Janeiro?

Bree – É tudo bem disperso e discreto, mais que os homens gays. Tenho até uma teoria: acho que as lésbicas femininas, por exemplo, provavelmente moram dentro de um abrigo nuclear e só saem de lá no dia da Parada Gay. E o resto se muda correndo pra São Paulo, com o intuito de finalmente pegar alguém, rarara!

Costumavam rolar umas peladas (calma! nada é tão fácil assim) entre as meninas que gostam de futebol, e que era um lugar pra fazer uma social e beber cerveja, mas parece que acabou. Tem o Posto 9, praia, mas a maioria dos freqüentadores sem dúvida são homens gays. O mesmo vale pra Farme de Amoedo, endereço em Ipanema que reúne alguns barzinhos simpatizantes.

Quando decidi criar a festa e liguei pra pedir uma data na Pista 3, eu tinha acabado de sair decepcionadíssima de mais um rolé pelas diversas comunidades do Orkut tipo “Lésbicas do RJ” etc. (são dezenas de comus; tem uma que chega a quase 3 mil participantes), onde eu havia lançado dias antes a pergunta nos fóruns de discussão: “E aí, o que rola pra gente fazer à noite esta semana? Alguma festa e tal?”. E as respostas não variavam: barzinho em Ipanema (o Casa da Lua, com música ao vivo, que pra mim não rola) ou uma boate GLS em Copa, que não toca os sons que eu e minhas amigas curtimos. Não tive dúvida: liguei pros caras e falei que precisava fazer a festa URGENTE. Nem que seja em benefício próprio ;-p

Dykerama – Você tem algum apoio financeiro na produção da festa?

Bree – Não, tô pagando pra ver, literalmente. No momento sou exército de uma só dyke. Quem quiser se juntar e ajudar na divulgação, basta me procurar no Orkut. A lista de descontos pode ser encontrada na nossa comunidade . Tem também o blog da festa . Para saber mais informações as pessoas podem entrar em contato através do e-mail: heyladies.festa@gmail.com .

Serviço: Pista 3. Rua São João Batista, 14, Botafogo, Rio de Janeiro. Entrada R$ 8 (mulheres com flyer ou nome na lista), R$ 15 (mulheres sem flyer) e R$ 20 (homens).

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