Pois é gente, mais uma vez eu vou falar algo que detesto: Não escrevi nada de novo. A história continua paradinha desde o final de semana, mas acredito que agora vai. Incrível como o tempo voa e nessa onda, taí o sábado outra vez. Eu, que não gostava de atualizar nestes dias, ultimamente só tenho feito assim.
Vou aproveitar para falar então de algo recorrente na minha obra. Confesso que não gosto desse termo, "obra", acho muito formal e dá uma pinta de erudição, vinda de um escritor bastante voltado para o popular. Mas, pra localizar, vamos de obra mesmo. Então, sempre nas relações entre meus personagens, existe o que se pode chamar de "papéis específicos". Talvez pelo viés constante do clima dominação/submissão, mesmo quando este não é o tema, cada um acaba assumindo um determinado tipo de ação-reação. Quando estou no papel de leitor, particularmente gosto de relatos que sigam por este caminho. Creio que este pode ser um dos principais motivos. Como autor, escrevo sempre aquilo que gostaria de ler.
Sem mais divagações, esta é uma discussão constante. Existem papéis definidos, como obviamente ocorre nas relações hetero, pelo fato dos próprios sexos já serem diferentes? Percebo, e é uma percepção, não uma pesquisa científica, que no mundo "real" há uma enorme crítica contrária a isso, que prega que os dois são iguais em uma relação entre iguais. Porém, no universo fake, a coisa muda bastante, e muita gente gosta que os papéis sejam diferenciados e definidos mesmo. Como por trás de todo fake existe uma pessoa real, fica mais ou menos claro que, provavelmente, existem aqueles que se posicionam de uma maneira na luz e de outra na sombra.
Enfim, acho que o importante nisso tudo é cada um poder pensar, e viver, da maneira que gosta. Gays "mulherzinhas" são tanto seres humanos quanto gays "homenzinhos". Existe um texto que rola na Internet que fala coisas do tipo "ser gay não significa vestir de mulher, ou não significa falar fino, sei lá, alguns clichêzões dessa marca. É, significar, não significa, mas se a pessoa quiser ser assim, tem todo direito de ser, sem maiores patrulhamentos.
Gays não precisam ser discretos, gays precisam, e merecem, ser livres.
Beijão!