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Homofobia, basta! Justiça, já!

Publico abaixo manifesto assinado pelo movimento LGBT  do Brasil inteiro. Essa carta será divulgada amanhã durante a manifestação contra a homofobia a ser realizada na Av. Dr Vieira de Carvalho a partir das 19h.

Homofobia, basta! Justiça, já!
Esta manifestação realizada na Av. Dr. Vieira de Carvalho, hoje, dia 20 de junho de 2009, expressa a indignação do movimento, da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) e da população solidária contra as diversas manifestações de intolerância e de agressão física ocorridas, justamente, no dia da 13ª. Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, dia dedicado à luta por direitos para LGBT.

Estamos protestando contra os atos bárbaros, ocorridos durante e depois da Parada, envolvendo vários espancamentos e roubos. Um destes covardes ataques causou a morte de Marcelo Campos Barros, um cozinheiro de 35 anos, agredido brutalmente. Outro caso absurdo de agressão homofóbica foi a bomba arremessada de um prédio na Av. Dr. Vieira de Carvalho, que feriu cerca de 30 pessoas.

Basta de homofobia e assassinatos!

Exigimos providências dos órgãos públicos, na apuração imediata e rigorosa dos fatos, permitindo a prisão e julgamento dos culpados. Estamos cobrando um maior engajamento e empenho da Secretaria de Segurança Pública, sobretudo aumentando o policiamento no dia da Parada e orientando corretamente os agentes de segurança. Há vários relatos, inclusive casos documentados, de omissão do policiamento, que deixou de efetuar prisões em flagrantes de agressores.
Vivemos, hoje, num país marcado pela homofobia e numa sociedade que não tem pudores em expressar seu preconceito contra LGBT. Diante de fatos, não há argumentos. Quantas agressões ainda acontecerão para que o combate à homofobia seja uma prioridade do Estado brasileiro?

Muita violência e pouca denúncia

Em pesquisa realizada na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo de 2006 pela APOGLBT e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República, 59% relataram uma ou mais situações de agressão ao longo da vida. A maior parte dos casos de agressão relatados (60%) ocorreu em locais públicos.

Outro ponto a destacar nesse estudo é o percentual de participantes que declarou ter sido mal atendido em delegacias por policiais (18%) devido à sua orientação sexual ou identidade de gênero. Embora a incidência de agressões motivada pela sexualidade seja alta, apenas 11% dos agredidos chegaram a procurar a polícia.

Reivindicações: queremos justiça!

– Rápida e rigorosa investigação e punição dos autores dos crimes
– Aprovação do PLC 122/2006, que criminaliza a homofobia e tramita no Senado;
– Capacitação de policiais para atuar corretamente na segurança da Parada, no atendimento de vítimas de violência e na orientação adequada de denúncias.

Assinam este manifesto:
Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT)
Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL)
Associação Brasileira de Gays (Abragay)
Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT)
Coletivo de Feministas Lésbicas (CFL)
Central de Trabalhadores do Brasil (CTB)
Conectas
Fórum Paulista LGBT
Grupo Corsa
Grupo E-jovem
Grupo Identidade
Grupo de Pais de Homossexuais (GPH)
Instituto Edson Neris (IEN)
Justiça Global
MNDH/SP (Movimento Nacional de Direitos Humanos, regional São Paulo)
Projeto Purpurina
Ativistas independentes

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