Mulher, homem, jovem, idoso, branco, negro, amarelo, loiro, ruivo, moreno, alto, baixo, deficiente, gordo, magro, gostosa, cabeludo, careca, tatuado, emo, hippie, roqueiro, pagodeiro, nerd, brasileiro, japonês, gringo, católico, evangélico, espírita, budista, corintiano, palmeirense, são paulino, rico, pobre, gay, gay passivo, ativo, gay urso, lésbica, lésbica masculinizada, bissexual, metrossexual, transexual, heterossexual…
São infinitas as definições que podemos dar a uma pessoa e nem sempre isso é bom. Muitas dessas características já sabemos como lidar, não são ofensas e nem elogios, é algo neutro, simplesmente porque se é assim. Outras causam um impacto maior, criando muros, guetos, discriminação.
Algumas pessoas acham que, assim como é fácil mudar a cor do cabelo para ficar mais bonita, é simples também mudar a orientação sexual ou o jeito de se vestir para ficar melhor socialmente. A identidade de gênero ou a orientação sexual não se escolhe assim, como se escolhe a cor do esmalte. Há um mundo de distância entre uma coisa e outra. Algumas são características físicas, modificáveis, superficiais e outras são mais profundas, psicológicas, inerentes à alma.
Não posso dizer que serei lésbica pela eternidade, pois sei que já nasci em vários outros corpos, com outro sexo, outros contextos e ainda voltarei diferente de tudo o que já fui para enriquecer minhas experiências e aprender muito mais. Nada permanece igual, porém acho improvável que eu vá mudar de orientação sexual nesta vida. Nasci assim para ter outra visão das coisas e posso dizer que cresci muito nisso. Perdi muitos medos e preconceitos, e só tenho a agradecer por tudo. Às vezes acho que algumas pessoas deveriam nascer gays ou lésbicas em alguma encarnação, não como castigo, mas como uma bênção para aprender e ensinar aos amigos e familiares que é muito natural ser assim!
Eu já ouvi algumas pessoas criticando o meu jeito de ser, que é mais aceitável ser feminina, mulher “de verdade”, mais bonito, menos agressivo. Para a decepção de todos eles, eu não me visto assim para agredir alguém ou para desagradar uma sociedade, e muito menos para suprir um papel masculino dentro de uma relação, ser um homem “de mentira”. Não posso colocar um vestidinho e uma maquiagem e me transformar numa mulher feminíssima e sorridente, até porque o sorriso, com certeza, desapareceria na hora do meu rosto. Não, esta não seria eu.
Vaidade? Sim, tenho, mas pode não ser igual a sua. Me cuido bem, gosto de roupas bonitas, perfumes, acessórios, mas não de saias e saltos em mim, e daí?
Não vendo o meu sorriso pelo dos outros. Não apago o brilho do meu olhar para agradar os olhares de homens comuns e de pessoas que não gostam do meu jeito real de ser. E nem me preocupo em ser mais ou menos mulher por isso, pois graças a Deus há muita gente que enxerga além.
Somos iguais em essência, mas diferentes em tantas outras coisas passageiras e podemos aprender muito uns com os outros, sem ilusões, sem apego pelas definições e sem a necessidade de nascer de mil formas diferentes para aprender a amar e a respeitar todas as formas de vida. Observe mais e com mais discernimento, se colocando no lugar do outro. Valorize cada segundo em que estiver inserida(o) nessa vastidão de tipos diferentes para ser mais feliz em qualquer lugar e do jeito que você é.
Igualdade nos direitos e respeito nas diferenças! 🙂
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