Cássia Eller, Vange Leonel, Ana Carolina e Marlene Mattos não são páreo para ela. O trecho da letra “Biscate Caminhão” de sua ex-banda – que na verdade era uma dupla – de electro-funk, “Impostora” (ex-Bonde das Impostora), reflete a personalidade e atitude desta carioca criada em Curitiba, mais conhecida por aí como Barbarella.
A dupla já se apresentou nas principais cidades do país, participou de uma coletânea lançada no Japão, do álbum “Neo Funk”(Som Livre) e era considerada uma das principais promessas do cenário musical brasileiro. Quem já teve a oportunidade de conferir o show e dançar até o chão ao som das canções sarcásticas da ex-dupla formada por MC Barbarella e pelo DJ e produtor Cello Zero sabe disso.
Nos palcos e fora deles, Barbarella é um autêntico furacão e está sempre antenada e disposta a “quebrar tudo” no melhor sentido da palavra. Mas você deve estar se perguntando: Porque ex-banda e ex-dupla?
Porque Barbarella acaba de anunciar com exclusividade ao Dykerama.com que a banda “Impostora” acabou ontem. Em entrevista concedida hoje, ela declarou os motivos do término, falou sobre sexualidade, seus planos para o futuro e anunciou que ainda este ano vai investir numa carreira solo (ouh la la). Confira abaixo a entrevista completa!
Dykerama – Antes de se tornar “a impostora” o que você fazia?
Barbarella – Sou publicitária formada e trabalho também com produção de eventos, atuava nas duas áreas quando aconteceu tudo, fiquei obviamente sobrecarregada. Hoje trabalho com produção e pretendo voltar em breve às agências de Publicidade.
Dykerama – De que forma e quando você começou com os seus projetos musicais?
Barbarella – Sempre fui uma apaixonada, minha mãe costuma dizer que nós (eu e minhas irmãs) ouvimos música desde a barriga dela, e é verdade. Tentei aprender instrumentos quando novinha, mas não era muito dedicada, e na adolescência fui vocalista de bandas de punk rock, mas não chegamos a sair da garagem.
Dykerama – Como começou a sua relação com o funk?
Barbarella – Sou uma carioca criada em Curitiba, mas nunca perdi as referências, porque a casa é bem de carioca mesmo. Desde o tempo que o funk era chamado de rap e quando o Furacão 2000 era vinil eu gostava. Sempre ouvi e assumi o gosto pelo funk carioca, tá no sangue.
Dykerama – Em algumas letras de sua ex-banda vocês fazem referência às dykes, como no funk da Biscate Caminhão. No My Space vocês falam da beleza da mulher transexual. Qual é a sua relação com o assunto homo, bi ou transexualidade e o que você acha a respeito?
Barbarella – Eu costumo dizer que nasci no corpo errado, não sei nem como me comportar no ambiente hetero, sou daquelas mulheres bibas que se montam de drag queen, sabe? Sou bissexual bem resolvida e todo meu universo é muito gay e isso naturalmente se refletiu na Impostora.
Dykerama – Você decidiu agora partir para a carreira solo, porque?
Barbarella – Na verdade eu e Cello já estávamos com idéias de projetos diferentes, e eu acredito que a Impostora já cumpriu a sua função. E acho engraçado tudo isso sobre meu solo, visto que ainda não trabalhei meus planos com calma, foi uma sugestão que eu achei interessante, e vai rolar. Eu ainda não fiz algumas coisas que gostaria e não adianta, eu adoro o palco…
Dykerama – Houve algum desentendimento entre você e o MC Cello? Se houve, porque?
Barbarella – Desentendimento, eu diria que não. Não posso negar que houve divergência, mas ele sabe que eu desejo o melhor pra ele no que ele for fazer. O que construímos juntos tem muito valor para mim. O respeito como profissional e sei que ele me respeita também.
Dykerama – Como você planeja esta carreira solo? Será nos mesmos moldes e estilo musical da Impostora?
Barbarella – Como disse em outra resposta, ainda estou planejando coisas, não posso dar nenhuma informação segura do que vai ser, mas posso garantir que vai ter uma onda bem dançante e de “nêga” .
Dykerama – Qual a previsão de estréia para o início desta sua nova fase musical?
Barbarella – Tenho como prioridade a produção de uma festa de 80, 90 e “trasheiras” para o início de Abril, e quando tudo estiver tranquilo vou investir nisso. Tenho tantos planos para 2008, mas tenho que ser pé no chão para dar conta. Mas é pra esse ano ainda, com certeza.
Dykerama – Quais os planos futuros para a sua carreira?
Barbarella – Eu gosto deste novo momento da música independente que permite que qualquer projeto chegue aos ouvidos de um público que antes nunca teria acesso. Lógico que a internet ainda será minha melhor amiga nessa nova fase. Farei algo em que acredito, e é algo para pista.
Dykerama – Tem mais alguma coisa que você queira falar ou acrescentar?
Barbarella – Quero agradecer a todos que participaram de qualquer forma da jornada da Impostora. Ganhei grandes amigos e conheci muita gente do bem. Aguardem grandes novidades, não só nos palcos do país, mas também na noite de São Paulo com festas que prometem quebrar tudo.