Uma série de reportagens sobre a situação dramática de vida dos homossexuais islâmicos vem ganhando destaque no jornal inglês The Guardian. A publicação entrevistou extremistas religiosos que se utilizam da internet para procurar gays e depois torturá-los e matá-los.
"É a maneira mais fácil de encontrar as pessoas que estão destruindo o Islã e que querem sujar a reputação que levamos séculos para construir", disse Abu Hamizi, 22, um dos líderes da organização homofóbica.
Formado em ciência da computação, Abu e seu grupo são responsáveis pela morte de mais de 130 homens homossexuais iraquianos desde o começo do ano.
Segundo o jornal, as mortes são brutais. O jovem Azhar al-Saeed foi um das vítimas. "Ele não seguiu o que diz a doutrina islâmica, mas ele era um bom filho", disse sua mãe.
"Três dias depois de seu sequestro, eu encontrei uma nota na minha porta com sangue espalhado por cima e uma mensagem dizendo que era sangue purificado do meu filho, e aonde estava o seu corpo."
"Nós encontramos o corpo dele com sinais de tortura, seu ânus cheio de cola e sem seus órgãos genitais", completou. "Vou levar essa imagem comigo até o meu dia de morrer."
Com suspeitas de que os grupos teriam envolvimento com a polícia local, um porta-voz do Ministério do Interior, Abdul-Karim Khalaf, negou tais acusações. "A polícia iraquiana existe para proteger todos os iraquianos, qualquer que seja a sua persuasão sexual", disse.
Segundo Ali Hali, presidente da associação Iraque LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), seu país se tornou "o pior lugar na Terra para homossexuais".