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Jon “maddog” Hall, expoente do software livre, se assume gay

Se o leitor não curte tecnologia, talvez o apelido "Cachorro Louco" não diga muito além de uma música que faz sucesso no Carnaval baiano ou do lutador de MMA fortão Wanderlei Silva…

No entanto, para quem acompanha o desenvolvimento dos softwares livre e/ou de código aberto – o mais famoso deles, o sistema operacional Linux, bastante usado em servidores -, Jon "maddog" Hall, que recebeu o curioso apelido de estudantes da Hartford State Technical College, é uma verdadeira estrela. Agora, uma estrela com as cores do arco-íris.

Nascido em Baltimore, Maryland, o programador e diretor-executivo da Linux International, organização sem fins lucrativos destinada a dar suporte e promover o uso de sistemas operacionais baseados em Linux, saiu do armário aos 61 anos de idade em um artigo de próprio punho publicado no último dia 24 na revista Linux Magazine.

A data escolhida teve um significado especial: era a comemoração do 100º aniversário do matemático britânico e cientista da computação Alan Turing, que, nascido em 23 de junho de 1912, foi o responsável pela decifração de códigos nazistas que permitiram a virada na 2ª Guerra Mundial a favor dos Aliados e pelo desenvolvimento do modelo que deu origem aos computadores modernos: a máquina de Turing.

Como Jon Hall, Turing também era gay – e, apesar de toda a colaboração que deu para a ciência e o mundo, foi condenado por ser homossexual em 1952. Na época, atividades sexuais entre pessoas de mesmo sexo eram ilegais na Grã-Bretanha. O matemático morreu dois anos depois (a investigação apontou suicídio), após ter aceitado receber castração química como alternativa à prisão. Em 2009, a Grã-Bretanha pediu perdão pelo tratamento dispensado ao cientista.

Jon "maddog" Hall, que afirmou categoricamente que "I too, am homosexual", trabalhou em companhias como a  Western Electric Corporation, a Silicon Graphics, Inc. e o mítico Bell Laboratories, que, por sua vez, está por trás de invenções tão importantes quanto a radioastronomia, o transistor, o laser e a linguagem de programação C++.  

Com a homenagem a Turing, Jon prova aos homofóbicos, mais uma vez, que a humanidade precisa, sim, de gays – e deve a eles algumas de suas principais invenções.
 

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