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La isla bonita

Estive no final de semana em Ilha Solteira, uma cidadezinha do interior do Estado que fica a 738 km da capital e não tem Mc Donalds. Lá rolou um encontro de jovens gays. Na avaliação geral, o evento foi bastante positivo. Conheci pessoas novas e interessantes.

O mais legal é que me frustrei. Desapontado com essas lideranças juvenis de movimento estudantil. A sorte é que assim, tá tudo errado essa visão de mundo, certo? Não dá pra fazer revolução e comer no mc donald’s enquanto manda mms com as fotos de seu penteado de chapinha de celular de última geração, né? E mudar costumes da sociedade não se dá dormindo em barraca de congresso da une, né?

Então. Rolou umas discussões políticas em algumas mesas durante o almoço e algumas rodas de cerveja. Aí eu fiquei pensando que no Brasil nunca vai rolar uma coisa bacana como as bichas que se acorrentaram na sede do partido lá no Chile. Um protesto super bacana de repercussão internacional e criativo não teria respaldo desses “grupos” que nem existem.

Por aqui, uma parte dos militantes, que têm ganhado muito poder inclusive – o que eu acho bem triste -, acreditam que a questão da homofobia é uma causa partidária. É uma briga por espaço e disputa de egos maior do que no filme As Branquelas, e com conseqüências mais graves do que em uma comédia norte-americana. Uma coisa meio contraditória, já que o próprio movimento gay nasceu há trinta anos e não foi do berço esplêndido da luta de classes do movimento sindical.

Tudo bem que deve-se levar em conta o que é uma coisa e o que é outra. Há a dependência do movimento, a falta da verba, o trabalho vonluntário, mas há também a vontade e a falta de foco e respostas não muito claras, bastidores. E daí que uma das melhores coisas acabou mesmo sendo as palestras na parte da manhã de sábado, com ressalvas, claro, e a piscina do hotel no final de tudo.

A elaboração das propostas nos grupos de trabalho são sempre uma modorrência, bem como as aprovações em plenária final. É uma coisa assim, escola estadual e professor que dá aula desinteressante. O povo dorme, mesmo, cutuca o nariz com o lápis e fica brincando de puxar o chiclete. Tipo isso.

As vezes sinto e fico no dilema de que eu deveria fazer mais. Tipo, ao invés de deixar passar uma proposta tosca ir lá e falar que boa tarde, como vocês vão deixar passar isso?. Por outro lado na maioria destes eventos estou lá para cobrir, como repórter. Minha função, nesse sentido, é reportar e questionar lideranças e "base". Mostrar o que acontece em forma de matérias e reportagens. Discordo de muitas e muitas idéias que são discutidas e da forma como são realizadas, mas o que aconteceu no evento está lá na reportagem. Sei que a isenção é mito e tudo mais, mas acredito pelo menos na busca e perseguição da isenção. Até por isso evito fazer julgamentos de valor.

E aí é isso. Pra concluir, eu to empolgado mesmo é pra ver Madonna no domingo. Que vai ser babado e confusão.

Chá com Bolachas em Te Dou de Presente

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