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Leões e cordeiros

Há alguns meses, tenho recebido convites para participar de eventos, encontros e reuniões políticas. Confesso que por um pouco de preguiça me esquivei da maioria, mas assistindo o filme "Leões e Cordeiros" consegui formular melhor o que penso sobre o assunto.

Nossa comunidade ganhou muito espaço nesta eleição. Os candidatos estão em maior número e três candidatos à prefeitura têm até comitês LGBTs, os três são inclusive compostos por pessoas importantes do movimento.

Logo no começo, travei uma discussão com um amigo. Ele disse que eu deveria participar e aparecer como formador de opinião, por ter veículos de comunicação. Respondi que não me sinto preparado e que não me acharia útil indo, simplesmente, até eventos e "aparecendo". Sei que serei bem mais útil pedindo aos jornalistas para irem cobrir e entrevistar os candidatos.

Na última eleição, nenhum candidato gay conseguiu se eleger. Confesso que tive receio com as drags, tive medo que elas procurassem apenas ser mais famosas, já que a busca da fama faz parte de ser drag, mesmo assim votei em uma delas. Nesta eleição, alguma delas já venceram este preconceito, pois foram vistas em eventos militando.

No filme "Leões e Cordeiros" deu pra ter um panorama bem comum do processo de eleições, os promotores tentam vender a verdade que interessa só à eles, mesmo que os fatos provem o contrário. Sempre pelos próprios interesses e virando um bairrismo tolo. E ainda usam como armas até coação, e abuso de contatos e influências pessoais.

Para acabar com qualquer dúvida sobre aparecer ou não aparecer, o William aqui da redação disse: "Não é coerente um proprietário de veiculo de comunicação, principalmente que cobre política, demonstrar apoio a um candidato".  Acabou a dúvida, não vou participar neste momento.Já tenho motivos suficientes, contribuiremos com nossa ampla e transparente cobertura.

Mas vale lembrar uma triste verdade que precisa ser modificada: Gay não vota em gay, mas evangélico vota em evangélico.

A classe média gay vive num armário blindado, por ter dinheiro e ter o resto das pessoas como serviçais acreditam que não serão feridos por homofobia, mas é papel de veículos como o meu sensibilizá-los com matérias como esta, para que votem em quem será a favor de leis a favor dos nossos direitos.

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Elke Maravilha