Lua Lamberti alcança um feito histórico ao se tornar a primeira travesti a obter o título de doutora pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua jornada acadêmica, marcada por pioneirismo e luta, culminou na defesa de uma tese intitulada “Artes Transformistas: metodologias, linguagens e ficções grotescas em bases pedagógicas transepistemológicas”, sob orientação da professora Eliane Rose Maio.
Neste trabalho, Lua dialoga com artistas transformistas, explorando processos artísticos, questões de gênero e formas de ensino-aprendizagem em uma arte ainda pouco formalizada e discutida nas mídias. Sua trajetória na UEM, que inclui graduação em Artes Cênicas e mestrado, agora se completa com o doutorado.
A celebração desse marco não apenas ressalta a importância da representatividade e inclusão na academia, mas também destaca a persistência de Lua diante de desafios, preconceitos e solidão. Sua conquista não é apenas pessoal, mas também uma inspiração para futuras gerações de travestis e transexuais que almejam trilhar o mesmo caminho.
Além disso, Lua destaca a necessidade de transformação social dentro da academia, buscando abrir caminho para mais pessoas trans, garantindo seu espaço e promovendo políticas afirmativas e de permanência. Seu objetivo é não apenas descansar, mas continuar lutando para que as travestis e transexuais estejam institucionalmente respaldadas e protegidas, ocupando os espaços que lhes são de direito.