Nem mesmo uma alteração na lei foi capaz de estinguir a discriminação contra homossexuais doadores de sangue em Portugal. De acordo com o grupo Opus Gay, diversos centros de coleta de sangue no País ainda consideram os gays um grupo de risco. “A mentalidade não se muda num ano e por lei”, lamenta António Serzedelo, fundador do Opus Gay. “A lei que perdurou era de uma homofobia latente, que ao proibir os homossexuais de doar sangue era como dizer que seu sangue era diferente ou doente.” No ano passado, muitas gays se queixaram à Opus Gay por sentirem-se humilhados pelas perguntas colocadas e recusas na doação de sangue devido à orientação sexual. Para António, a aplicação da lei em Portugal depende do humor do receptor: “A aplicação da lei depende de onde e de quem recolhe o sangue.” Às vésperas do Dia Nacional do Dador de Sangue, o presidente do Instituto Português de Sangue Gabriel Olim lembra que os doadores são voluntários e que os serviços fazem escolhas com base em comportamentos de risco, seja o doador homossexual ou heterossexual.