Conhecida por sua luta a favor dos direitos gays, a ministra do Turismo Marta Suplicy lançou no último fim de semana uma campanha para atrair turistas de todo o mundo para a 11ª Parada do Orgulho Gay de São Paulo, marcada para o próximo dia 10.
Batizada de Love Land (ilha do amor, em inglês), a campanha fala de um Brasil que respeita a diversidade e da maior parada do mundo, que em sua última edição reuniu cerca de 3 milhões de pessoas. O principal foco da nova campanha é atrair homossexuais de alto poder aquisitivo ao país. A nova empreitada é uma parceria com a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e a Associação Brasileira de Turismo GLS.
Confira aqui o hotsite e o flyer da campanha
Turismo cor-de-rosa ainda é incipiente
Apesar dos grandes avanços no que tange os direitos humanos, a comunidade GLBT no Brasil ainda sofre com a escassez de produtos desenvolvidos especialmente para ela. O Turismo cor-de-rosa, por exemplo, ainda engatinha aqui nos trópicos.
As causas desse problema são várias: a falta de profissionais, inércia do empresariado e, talvez em menor escala, o preconceito. Uma outra possibilidade, um tanto paradoxal, é a falta de interesse dos gays em serviços voltados exclusivamente para eles.
No Brasil, estima-se um mercado de 3,5 milhões de turistas GLBT, que gastam em média US$ 1.000 só em suas viagens nacionais. São bilhões de dólares que, pelo menos aqui, ainda não conseguiu atrair o investimento das empresas.
Segundo Clovis Casemiro, especialista em turimo GLBT e ex-diretor da Associação Mundial de Turismo Gay e Lésbico (IGLTA, na sigla em inglês), os gays precisam de mobilização. "A comunidade gay na América do Norte e Europa têm muito mais força do que nós. Além de encontrar bairros gays, você tem oferta de produtos e serviços direcionados, com uma comunidade que prestigia as empresas. Basta ver o quanto é difícil montar uma boa palestra e conseguir atrair um grupo interessado em saber mais a respeito de seus direitos e de suas potencialidades".