Mulheres e gays: lutemos juntos pela livre expressão sexual e pelo fim da opressão

Em 1791, Olympe de Gouges lançou na França a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”. Por sua coragem e audácia, foi condenada à morte e guilhotinada. Em 1848, surgiu o Manifesto Feminista, inspirado no Manifesto Comunista de Marx, na Convenção de Seneca Falls, em Nova York. No século seguinte, em 1857, 129 operárias de um fábrica de tecido de Nova York promoveram a primeira greve organizada por mulheres. Pagaram caro: a fábrica foi incendiada e as militantes, trancadas nas instalações, morreram carbonizadas. Aqui nos trópicos, Leila Diniz quebrou tabus na década de 1960, mostrando sua gravidez de biquíni nas areias de Ipanema e dando declarações do tipo “trepo de manhã, de tarde e de noite”. Em 1969, freqüentadores do bar gay Stonewall Inn, em Nova York, EUA, cansados das corriqueiras batidas policiais no local, reagiram à ação da polícia, o que desencadeou dois dias de protestos, culminando com a primeira parada do orgulho gay, em 1° de julho de 1970. Como se vê, mulheres e gays estão inexoravelmente ligados. E não tem nada a ver com feminilidade ou cordão umbilical. O que nos une é o preconceito, a opressão e o machismo, arraigados na sociedade. Ambos somos considerados inferiores. Por isso, a luta pelo pleno reconhecimento dos direitos das comunidades GLBT e feminista não pode ser travada como em um turfe: não há vencedores e perdedores. A luta é uma só. Liberdade sexual deve servir a todos e não apenas aos homens, heterossexuais e “provedores”. Nesses 32 anos do Dia Internacional da Mulher, muitas conquistas podem ser comemoradas – por ambos os lados. Porém, a discriminação é persistente e não quer ceder. Assim como em vários países já temos muitos direitos assegurados, mulheres e homossexuais estão longe de poder levar uma vida de fato digna e plena. Hoje, 8 de março de 2007, dêem-se as mãos e solidariamente lutem pela vida, pelo direito de viver e pela livre expressão da sexualidade. Mulher e gay: combatamos juntos o verdadeiro câncer da sociedade, o preconceito. Parabéns, mulheres!