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Na Globo, militante Caio Ishida diz “estereótipo da TV” não representa transexuais

Militante do grupo Juntos!, Caio Fucidji Ishida participou do programa "Altas Horas", da TV Globo, para falar sobre a vivência de homens trans. Logo no começo, ele declarou que os "transexuais são pessoas invisíveis" e que o "estereótipo que a gente vê na TV" não condiz com a realidade trans.

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Durante a entrevista, que durou 12 minutos, o jovem declarou que desde "muito pequeno" não se "sentia confortável" em ser visto como uma menina, nem em espaços familiares e nem sociais.

"A escola foi muito difícil, pois não conseguia me adequar em brincadeiras de meninas e meninos". Ao ser questionado como foi o processo de se assumir homem trans, Caio declarou que teve a "sorte" de contar com o apoio familiar. "A minha família me apoiou. Hoje em dia eu me sinto muito respeitado na minha família", disse ele, que estava com o pai na plateia.

A transfobia e a dificuldade de encontrar emprego também foi abordada. "O lugar onde mais sofri preconceito foi procurando emprego. Eram trabalhos como garçom, telemarketing, onde olhavam a minha ficha e o meu currículo e diziam: 'Desculpa, mas a vaga não é para você". E apontou que a mudança do nome e gênero na documentação – que facilitaria a entrada no preconceituoso mercado de trabalho – ainda é muito burocrático.

"Hoje, a primeira coisa que você precisa para mudar o nome é de um laudo médico. E isso é complicado porque no momento que você pode ser quem você é, a sociedade passa a te tratar como um doente mental", declarou. "Muitas pessoas acham que é uma escolha ser transexual ou não. Mas eu não conseguia viver no meu corpo. Isso tem muito a ver com ser feliz. Mas como dá para ser feliz num país que mais mata a população transexual? A gente é excluído, marginalizado, mas a gente quer ser feliz e tem que lutar", frisou.

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Ao fim, Caio foi elegante ao responder a dúvida de uma menina da plateia, que perguntou por qual motivo muitos homens não querem se submeter à faloplastia (ou outros métodos cirúrgicos para ter um pênis) e não querem "ser homens completos". O militante só respondeu que está feliz com o atual corpo e que não vai se operar para adequar à sociedade. "O preconceito é que tem que ser ultrapassado, não sou eu que estou errado. A população também tem que nos respeitar, pois além de sermos muitos, só queremos ser quem somos".

Assista: 
 

 

Altas Horas – Transexualidade

Caio Fucidji Ishida, homem trans e militante do Juntos LGBT Juntos, representando a população trans no debate sobre transexualidade no #AltasHoras.

Posted by Markos Oliveira on Sábado, 26 de setembro de 2015

 

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