"A Polícia Militar que aqui está dê um jeitinho naquelas duas garotas que estão se beijando. Aquelas duas meninas têm que sair daqui algemadas. Não adianta fugir, a guarda civil está indo até aí. Isso aqui não é a casa da mãe Joana, é a casa de Deus", disse Feliciano para uma plateia de 70 mil pessoas durante o culto.
Segundo o advogado das meninas, Daniel Galani, são falas como a do deputado que incitam a violência contra homossexuais. Por isso, o caso não só será levado à Justiça como também será feito um pedido na Câmara de quebra de decoro.
"Feliciano foi preconceituoso e incitou os fiéis e os guardas contra elas. Não fizemos a queixa na hora contra ele porque, por ser deputado, o pastor tem foro privilegiado. Mas vamos processá-lo e pedir, na Câmara, que ele seja julgado por quebra de decoro. Vamos procurar também a Secretaria de Direitos Humanos do governo. Levaremos esse caso até o fim porque o aumento da violência contra os homossexuais acontece por falas como as que ele fez nesse culto", declarou Galani ao O Globo.
Joana e Yunka afirmam que participavam de um protesto contra o deputado e que havia outras pessoas se beijando no local.
"Nosso beijo não foi obsceno e nosso protesto era de poucas pessoas. Havia outros casais se beijando no meio do culto, casais heterossexuais, e não houve problema. Não fizemos barulho e guardamos os cartazes. Beijar não é crime", declarou Yunka.
A jovem disse ainda que Feliciano chegou a ofende-las e que não esperava uma reação dessa de um pastor/deputado. "Ele nos chamou de 'cachorrinhas'. Fiquei em choque, indignada. Não acreditava que aquilo estava mesmo acontecendo. Não esqueço que ele disse que nossas famílias deveriam ter vergonha 'dessas criaturas'.