Braço da Igreja Anglicana nos Estados Unidos, a Igreja Episcopal norte-americana pode dar um passo decisivo ainda esta semana no reconhecimento das uniões gays.
Iniciada ontem (05), em Indianápolis, está prevista na pauta da Convenção Geral da Igreja o debate sobre um rito de bênção para casais de mesmo sexo. O debate será feito amanhã, dia 7, quando também termina a convenção.
Atualmente, os episcopais só reconhecem como casamento a união entre homem e mulher, e os partidário do rito argumentam que este não será um sacramento e não conferirá o status de casamento ao casal.
Ainda assim, se aprovada, a liturgia "Testemunho e Bênção de um Pacto para Toda a Vida" (no original em ingês, "The Witnessing and Blessing of a Lifelong Covenant") terá o impacto de ser a primeira endossada por uma das denominações protestantes mais importantes do país – e permitirá a troca de alianças. A Igreja Episcopal tem cerca de 2 milhões de membros nos Estados Unidos.
Se depender do histórico, as perspectivas são animadoras. Em 2003, Gene Robinson foi eleito o primeiro bispo abertamente gay pela Igreja Episcopal de New Hampshire. Em 2006, Katharine Jefferts Schori (foto) foi eleita, pela Convenção Geral, a primeira bispa-primaz de uma província da Comunhão Anglicana, tornando-se líder de toda a Igreja Episcopal nos Estados Unidos.
Em 2009, na última Convenção Geral, os episcopais aprovaram um texto encorajando bispos a darem uma "resposta pastoral generosa" a casais gays nos estados americanos com leis de casamento igualitário.
Caso seja aprovado, o rito promete aprofundar ainda mais a crise entre os anglicanos liberais e conservadores, estes últimos principalmente oriundos da América Latina e África, que têm se sentido incomodados com todas essas demonstrações progressistas.