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O mito da promiscuidade gay

Pois é gente, claro que todo mundo já ouviu milhares de vezes a crítica quanto à promiscuidade dos gays. E claro também que já cansou de ouvir isso da boca de outros gays. Aqueles sabe, que pregam que a culpa pelo preconceito é das próprias bibas, porque elas não se dão ao respeito, não são "discretas", como convém aos héteros, mandatários do mundo e ditadores do comportamento alheio. A velha história, existem muitos defensores de um "jeito certo" de ser gay.

Vamos ao mito, injusto, diga-se de passagem.

Dizem que gays só pensam em sexo. Tá, e os héteros, pensam em quê? O povo não lota show de axé, carnaval, balada e tudo mais pra ficar contando quantos (as) beijou, ou "pegou" na noite? E nos tais "churras", ouvindo sertanejo universitário, qual é o assunto preponderante na roda dos caras, sejam eles barrigudos de cerveja ou saradinhos de academia?

Ok, vamos fazer uma separação aqui, entre homens e mulheres. Homens, sem dúvida, são mais promíscuos, ou sei lá, mas dispostos em relação a sexo. Até hoje ainda são, mesmo com todas as mudanças comportamentais de gênero que a gente vê. E o gay, masculino, é o quê? Acho a maior graça, ou melhor, falta de, quando alguém fala: Fulano não é gay, é homem. É, se a pessoa não for homem, e se interessar por outro homem, não faz sentido nem o termo HOMOssexual, né não?

Bom, essa diferença a gente vê no universo homo também. Pensa bem, se o homem é o promíscuo, quando junta com a mulher, que não é, ou é menos, dá uma média no somar e dividir por dois o grau da promiscuidade. Agora, quando junta dois homens, onde é que essa média vai parar? Daí a visão, injusta, que se tem da promiscuidade gay, que nada mais seria que a promiscuidade masculina, seja lá qual a orientação sexual do sujeito.

Pra ilustrar, uma piadinha de lésbicas, que só vem confirmar o fato: O que uma lésbica leva no segundo encontro? O caminhão de mudança. Claro, são mulheres, e como tal têm o comportamento mais ou menos genérico de mulheres, independente da orientação sexual.

Como estamos aqui no Mundo de Treppi, vou relacionar também este tema com meus bastidores literários. Quando eu estava para lançar o meu primeiro livro, DOMINAÇÃO (à venda com frete grátis na loja www.comprelivrosgls.com.br), o editor, incentivado por mim, já pensava em uma carreira. Editor hétero, com sócio hétero, o único gay ali na história era o autor. Pois este cara, do alto de sua experiência, me dizia textualmente que eu precisava começar a escrever erotismo hetero, pois o público seria muito maior e as chances de deslanchar a carreira incomparavelmente mais favoráveis.

Então, quem é o promíscuo? Passou da hora de derrubar mais esse mito, convenientemente utilizado para denegrir a imagem de quem tem, como única diferença, a escolha de parceiros para transar ou amar.

Beijão!

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