Para quem é artista ou apreciador de arte, a 29ª Bienal de São Paulo é um prato cheio e delicioso de obras. Já quem é apenas curioso ou está a fim de um programa diferente, a exposição também vale como uma boa opção no final de semana.
No entanto, vale ressaltar que se você não está acostumado com exposições, prepare-se: são muita obras, muitas instalações e, claro, em se tratando de Bienal, muita “piração”.
Artistas excêntricos que, por exemplo, colocam uma lousa escolar e, embaixo, uma montante de pó de giz. Outro empalha uma paca e a coloca dentro de um espécie de avião de madeira, batizando a de "Pacavoa".
Há também instalações mais polêmicas, como a dos Urubus – parte da obra "Bandeira Branca" do artista Nuno Ramos -, que foram retirados por ordem da Justiça após uma notificação do IBAMA, e também a série “Inimigos”, de Gil Vicente: desenhos de personalidades sendo ameaçadas pelo próprio artista. O presidente Lula e Mahmoud Ahmadinejad, presidente homofóbico do Irã, são um dos ‘torturados’ por Vicente.
Dentre essas e outras obras, existem também as caixas escuras com projeção de vídeo. Entre elas, destaca-se uma com “conteúdo impróprio para menores de 16 anos”. Logo, sem grandes surpresas, era a sala em que concentrava o maior número de visitantes.
A curiosidade já é despertada logo no título: “The Ballad of Sexual Dependency” ou “A Balada da Dependência Sexual”, conjunto de imagens registradas pela fotógrafa Nan Goldin, entre 1979 e 2004, de amigos e amantes flagrados em Nova York e Berlim.
Em seu trabalho, Goldin – figura ligada ao universo undergroud e gay por já ter retratado travestis de Boston – apresenta imagens de rapazes em momentos íntimos, ora sozinhos ora acompanhados. Desde nu frontal até casais na hora do orgasmo.
"Não é sobre o underground nova-iorquino nem sobre viciados e prostitutas. É sobre relacionamentos entre homens e mulheres e porque são tão difíceis”, definiu Goldin em entrevista à "Folha de São Paulo".
A 29ª Bienal de São Paulo fica em cartaz até o dia 12 de dezembro no Parque Ibirapuera. A entrada é gratuita.
Veja abaixo no álbum algumas imagens do trabalho de Goldin e o vídeo com o trecho de “The Ballad of Sexual Dependency”.
