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Orientação sexual de celebridades não é de interesse público

É no mínimo risível. Não dá para explicar de outra forma a atitude da Associação da Parada de Goiás, coordenada pelo jornalista Leo Mendes, que também acumula o papel de secretário de comunicação da ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros -, de indagar se o ginasta Diego Hypolito, medalha de ouro no Pan, é ou não gay.

Além de ser invasiva, essa ação fere o direito de privacidade do atleta. Cabe a ele, e somente a ele, cuidar de sua vida pessoal. Diego é um atleta e, se a sociedade deve cobrar algo dele, é que  represente nosso país com bravura. Isso, ninguém pode duvidar que Diego faz, e muito bem, diga-se. A medalha de ouro conquistada essa semana serve como prova.

O outting forçado (retirada de personalidades de armário) nada mais é do que especulação sem propósito. A atitude da ONG vai na contramão do movimento gay brasileiro, que atualmente luta pela criminalização da homofobia.

O papel de uma ONG é atuar de forma a propor melhorias para nossa sociedade. Melhorar aspectos da sociedade que ainda estão falhos. É ser voz da população junto ao nosso governo e não indagar a sexualidade de ninguém. Direito de perguntar todo individuo tem, mas uma ONG não. Pelo menos nesse caso. Não cabe a uma ONG inferir o direito de privacidade de alguém.

Uma recente edição da revista americana OUT fez o outting forçado do jornalista Anderson Cooper. Com um modelo usando uma máscara que reproduzia a foto do jornalista, a revista perguntava “Por que nossas estrelas não saem do armário e se assumem?”. Foi duramente criticada. Seu editor, explicou em editorial, que a revista não fez outting forçado, pois essas pessoas já estão envolvidas com o meio gay. Freqüentam lugares gays e saem com seus parceiros em público. Apenas não assumiram para o grande público sua sexualidade. Para ele, isso era tampar o sol com a peneira.

Não podemos negar que personalidades falando abertamente sobre sua orientação sexual seria positivo, no entanto, não podemos forçar nada a ninguém. Deixo aqui um post da vereadora Soninha (PT-SP) em seu blog, no dia 29/6, que ilustra bem a situação:

“Acontece, em São Paulo, o XIV ENTLAIDS – Encontro Nacional de Travestis e Transexuais que Atuam na Luta e Prevenção à Aids. A história do jogador [suposta homossexualidade do jogador Richarlyson] veio à tona na mesa de abertura, e perguntaram pra mim quem eu achava que era. Imediatamente, uma travesti – que é vice-prefeita em uma cidade da Paraíba – se levantou na platéia e gritou: “Não diga! Se ele quiser assumir, é problema dele. A gente não tem de se meter nisso”.

Ali estavam pessoas que comeram o pão que o diabo amassou por conta de sua orientação sexual – e da decisão de serem quem são e como são. São super “assumidas” e defendem obstinadamente os direitos de todo o arco-íris (GLBTTT). Mas que não querem obrigar ninguém a assumir também, em nome da luta, porque sabem o quão penoso pode ser.

Achei incrível. Todo mundo querendo impor alguma coisa a alguém, e elas defendendo o direito sagrado de permanecer no armário.”

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