Bolsistas do programa Transcidadania, ligado à Secretaria Municipal de Igualdade Racial, Direitos Humanos, Diversidade, Pessoas Idosas e Pessoas com Deficiência (SEMIDH) de Natal, estão enfrentando sérios atrasos nos pagamentos dos apoios financeiros. Segundo relatos, os valores que deveriam ter sido pagos no final de janeiro ou início de fevereiro ainda não foram creditados, gerando frustração entre os participantes. Osani da Silva, uma das contempladas com a bolsa de permanência estudantil, expressa sua indignação: “Eles sempre apresentam desculpas como questões burocráticas, mas isso não faz sentido, como mudanças em chave pix ou assinatura incorreta de participantes, culpabilizando aqueles que dependem do programa”.
Além disso, há uma preocupação com a forma como a Prefeitura utilizou a imagem das pessoas trans durante o Dia Nacional da Visibilidade Trans, em 29 de janeiro, sem garantir que todos os participantes tivessem assinado os contratos do programa. Os relatos indicam que algumas pessoas foram tratadas com pronomes que não correspondem à sua identidade de gênero e foram direcionadas a banheiros inadequados.
Júlia Barbosa, outra bolista, relata dificuldades similares e menciona que deveria receber R$ 400 mensais de auxílio para permanência estudantil, além de R$ 189,00 de auxílio transporte. Em dezembro de 2024, a Prefeitura anunciou diversas bolsas, incluindo 10 de permanência estudantil de R$ 400 mensais, 30 de auxílio profissionalização de R$ 600 mensais e bolsas para coordenação técnico-científica e assessoria jurídica, ambas de R$ 2.200 mensais.
As participantes estão preocupadas com a falta de comunicação e a saída de membros importantes da equipe do programa, como o coordenador de projetos técnicos, Cristian Miranda, e a assessora jurídica Iris Gomes, que eram próximos aos beneficiários. “Ninguém nos informou sobre quem vai ficar no lugar deles”, lamenta Osani.
A secretária da SEMIDH, Luciana Dantas, afirmou que os pagamentos estão sendo processados e que não há atraso, atribuindo a situação à falta de documentação de um dos beneficiados. “O programa teve início em fevereiro e estará realizando os pagamentos na próxima semana”, garantiu.
A situação do Transcidadania levanta questões importantes sobre a inclusão e o apoio financeiro às pessoas trans, que frequentemente enfrentam dificuldades e marginalização. Sem o suporte adequado, muitas podem ser forçadas a retornar a condições de vulnerabilidade. É fundamental que haja um compromisso real das autoridades para garantir a dignidade e os direitos dessas pessoas.
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