Foi realizada ontem a 4ª Parada do Orgulho LGBT da cidade de Piracicaba, interior de São Paulo. A concentração aconteceu na Praça Pelourinho, que fica na Vila Resende, região mais rica da cidade, com mansões que lembram o Jardim América paulistano. Por volta das 16h, já havia uma grande concentração de pessoas na praça. As drags Rafaela Queen e Rubia Bittencourt foram as responsáveis por fazer a contagem regressiva para o início da manifestação.
Mas, antes da abertura oficial, ativistas da região discursaram. Entre eles a drag Salete Campari, que falou a respeito da importância das Paradas Gays no interior do estado. Alexandre Sanches, da ONG Visibilidade LGBT, de São Carlos, falou da parceria entre os grupos. Anselmo Figueiredo, coordenador da ONG Casvi, falou dos atritos entre a organização e a Prefeitura, destacando que, apesar de tudo, a gestão atual é uma "parceira" dos realizadores da Parada.
O que mais chamou atenção na Parada Gay de Piracicaba é o fato de ela ter sido realizada em um bairro nobre. Também foi interessante notar que boa parte dos moradores abraçaram o evento. Em algumas casas, inclusive, famílias inteiras ficaram nas calçadas observando os participantes do evento.
O clima era de acolhimento e, assim, a Parada terminou o seu trajeto quando chegou à porta do Engenho Central, local onde seria realizada a festa de encerramento com shows de Lady Gaga cover e de drags da região.
Ter finalizado a festa no Engenho Central foi o grande acerto dos organizadores. O local, que é um grande engenho de açúcar tombado pela Prefeitura, é hoje o polo cultural e turístico de Piracicaba. Portanto, nada mais significativo do que vê-lo ocupado pela comunidade LGBT. Porém, como bem lembrou Salete Campari, o local tem que ser de todos "todos os dias e não apenas no dia da Parada Gay".
Veja imagens da manifestação no álbum.
* O repórter Marcelo Hailer viajou a convite do evento.