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Paulo Borges, diretor da SPFW, diz que ser gay não atrapalhou adoção de filho

Pai, solteiro e gay. Assim é Paulo Borges, o poderoso diretor da São Paulo Fashion Week, que foi alvo da jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna, da Folha de São Paulo, de ontem, 30/9. A reportagem não fala sobre os bastidores do mundinho fashion, o tema desta vez foi Henrique. Criança de dois anos, negra, adotada pelo empresário há dois meses. 

Paulo afirmou ter passado dois meses em Salvador até apresentar documentos, encontrar Henrique e finalizar a adoção. Além da burocracia, são feitas reuniões com o juiz, a psicóloga e a assistência social. Nada foi perguntado quanto a orientação sexual de Paulo. "Isso nem chegou a ser assunto. Eles querem saber é se você tem estrutura, se não estão entregando a criança para um maluco", confidenciou ele à coluna.

O juiz quis saber o que Paulo diria quando Henrique perguntasse porque não tem mãe. A resposta foi certeira. "Respondi que achava natural. As famílias hoje têm mãe sem marido, pais sem mulheres, homens com homens, mulheres com mulheres".

A reportagem traz ainda dados interessantes sobre a questão da adoção no Brasil. Apenas nove homens solteiros (como Paulo) adotaram crianças em todo o Estado de São Paulo em 2005, ano em que foram efetivadas mais de 3.000 adoções (em Salvador a média é de quatro homens solteiros a cada cem adoções).

O fato do garoto ser negro e ter dois anos foi descrito como outra singularidade na adoção de Henrique, segundo o juiz que autorizou a adoção. "Temos em Salvador 89 crianças esperando por adoção. E 220 pessoas inscritas para adotar. E porque não adotam? Porque a quase totalidade quer menina, semelhante à sua cor [a maior parte, clara] e recém-nascida", revelou o juiz Salomão Rezedá. E completou: "As pessoas com suas exigências é que formam as filas, e não o sistema".

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