in

Penélope Nova

A VJ Penélope Nova, da MTV, virou uma espécie de porta-voz da comunidade GLBT. Esse merecido reconhecimento vem não apenas de seu público, mas também da militância, que irá homenagear seu extinto programa, “Ponto Pê”, durante a 8ª edição da Feira Cultural, que acontece na Praça da República, em São Paulo, nesta quinta-feira (22).

O chamado 8º Prêmio Cidadania, promovido pela Associação da Parada do Orgulho GLBT de SP (APOGLBT), destaca ações políticas e culturais relativos à valorização da cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. O troféu é uma escultura no formato de um sinal de positivo, feita de vidro, em cores variadas a cada ano, elaborado pelo designer Duilio Ferronato. Além da própria VJ, levará um prêmio na categoria “Cinema” o filme “O Signo da Cidade”, de Carlos Alberto Riccelli.

Em entrevista exclusiva ao Dykerama.com, Penélope não mede palavras para agradecer a comunidade GLBT pelo carinho com o qual é sempre recebida, fala também sobre o significado político da parada e elege seus ícones gays. Confira:

Dykerama.com
– Seu antigo programa, “Ponto Pê”, será homenageado pela Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo. Como você vê essa homenagem?
Penélope Nova: Gatas, tô associada, parada e mega orgulhosa. E agradeciiiiiiiiiiiiiiiiida no úRtimo. Eu é que deveria homenageá-los – o Ponto Pê não seria nada sem eles.

Dykerama.com – Muitos são os gays e lésbicas que acompanham sua carreira. Por que você acha que gera tamanha identificação entre o público GLBT?
Penélope: Não posso afirmar ao certo, nunca formulei nenhuma tese a respeito, mas sei que sou muito querida pela comunidade sim, e sou felicíssima por isso. Mas, tentando responder a pergunta, imagino haver diversos motivos, sendo talvez o maior deles a discriminação da sexualidade, né? Também acho que o fato de ter uma imagem que foge do óbvio, do padrão e do medíocre ajuda; ter dado minhas experimentadas e ter falado abertamente disso não deve ter atrapalhado (risos). Cresci com uma mãe mega bicha, tive amigos gays desde muito cedo – os meus maiores e melhores são TODOS gays – conheço e amo o universo, me identifico com a busca pelos direitos iguais, o desafio de se mostrar capaz e – por que não? – melhor… Fora a sensibilidade, a sinceridade, a objetividade e o bom humor sempre presente (e muitas vezes sarcástico!).

Dykerama.com – Você já foi ou vai à Parada este ano? O que acha da manifestação?
Penélope: Logo que a parada começou, ia sempre. Hoje, pra me tirarem de casa… Nem aniversário de amigo, juro. Mas acho incrível, mesmo percebendo um certo afastamento do caráter político inicial. Por outro lado, ter virado uma festa gigante, com a presença de todo tipo de gente ali, sabendo bem
que bandeira está sendo defendida, mostra que estamos no caminho certo, não?

Dykerama.com
– A MTV é uma das emissoras que mais abre espaço para a discussão da homossexualidade. Na sua opinião, como gays e lésbicas têm sido retratados nas principais emissoras? Você acredita que essa abertura é positiva?
Penélope: Olha, não posso falar muito – odeio novela e mal vejo TV aberta. Mas tenho a impressão que rola um “morde e assopra”, tô errada? Colocam o gay na novela, mas beijar já é demais… O lucro gerado pela inclusão é bem vindo, mas só até onde “a moral e os bons costumes” permitem. Hipóóócrita e demodê até. Ainda bem que lá no meu trabalho não é assim (risos). Menino, dá até oRgulho?

Dykerama.com
– Quais são seus ícones gays na música e na televisão?
Penélope: Sem me alongar demais, David Bowie foi minha primeira paixão na infância (e isso fala por si só). Eu, que sou a cara da Judy Garland (risos). O Village People é sensacional, o Fred Mercury idem! E o Rob Halford, gente? Pet Shop Boys com beijo gay no show é tudo! A Cássia, super querida… Sem falar na Cher e, perdão pelo clichê, a Madonna. Pode na literatura também? Oscar wiiiill-lde!

Por que o seu amor pode?

Santa Claus