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Por que incomodamos tanto?

Olá meninas! Novamente quero agradecer a todas pelos elogios, pelas críticas e pela receptividade com que abraçaram a coluna. Todo começo é difícil, mas eu encaro essa dificuldade como um aprendizado e digo “obrigada” por me ensinarem a cada dia, com essa troca que nos foi possibilitada.

Às vezes eu gostaria de gritar e dizer ao mundo o quanto é triste conviver com preconceitos. A nossa sexualidade, a nossa aparência, a nossa raça, a nossa religião ou o que quer que seja estão sujeitos aos preconceitos. No entanto, as nossas conveniências pessoais ainda nos impossibilitam de nos desvincularmos totalmente do que a sociedade espera de nós, daí a dificuldade de tratarmos esse tema.

O próprio nome parte de pré-conceito: é um conceito prévio sobre coisas e situações desconhecidas. Como nós, que somos tão inteligentes, podemos cometer tamanho deslize perante nossa condição de animais pensantes? A questão é que não só podemos como cometemos. O melhor da nossa humanidade é que, exatamente por sermos inteligentes, podemos mudar a partir do momento em que entendemos tais deslizes como (agora vou usar uma palavra que remete a muitas elaborações) defesa.

Sim, quando olhamos para alguém e fazemos uma critica prévia, podemos dizer que isso é preconceito, e se formos um pouquinho mais longe podemos dizer que é um pré-conceito por defesa. O que nessa pessoa te incomoda tanto? O que ela tem, ela mostra, ela é, que toca você de alguma forma? Esta é uma pergunta que cabe individualmente a cada um de nós. Entretanto, o que me preocupa mais aqui é: por que a sociedade se incomoda tanto com a homossexualidade?

Na minha concepção de psicóloga, acredito que esse pré-conceito social é uma defesa contra aquilo que é diferente e que, de certa forma, faz com que cada preconceituoso no seu íntimo pense: como será que eles são? Como será que é ser? O que será que eles têm que eu não tenho? Questionamentos… Pois é, ninguém quer problemas, no mundo já existe demais, o mais fácil mesmo é rotular: homossexualidade é errado, heterossexualidade não. E assim caminha a humanidade… não, não somos assim não é mesmo?

Se partirmos do princípio que o que importa realmente nessa vida é ser feliz, como vamos conseguir conviver com uma mentira que contamos a nós mesmos para alegrar e satisfazer, única e exclusivamente, a tal da sociedade?

Se nascermos para sermos felizes, temos o dever de fazer o mundo e mais, cada vez mais, maravilhoso para se viver e vamos conseguir isso compreendendo que não há mais tempo para nos “defendermos” com posicionamentos do tipo devo ou não devo, pois a única pessoa a quem devemos algo é a nós mesmos.

* Regina Claudia Izabela é psicóloga e escreve semanalmente neste espaço. Participe, envie perguntas ou comentários para o e-mail claudia@dykerama.com.

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