Queridas dykes,
Ao ler aqui no Dykerama essa notícia dando conta da realização de uma caminhada Lésbica em Belo Horizonte, próximo sábado (19), minha imaginação foi, assim como a Associação Lésbica de Minas, ALEM.
Sabem, quando alguém me fala de milhares de lésbicas reunidas, andando nas ruas, lutando por seus direitos, imediatamente a parte sapatônica do meu cérebro traz à tona a lenda das amazonas, o exército de mulheres guerreiras e sem maridos. E, entre cérebro e exércitos, uma coisa puxa a outra, lembrei também daquela tirada ótima dos ratinhos de laboratório Pink e Cérebro, no início e no fim dos desenhos, que dizia mais ou menos assim:
– Cérebro, o que faremos amanhã à noite?
E Cérebro responde:
– A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pink… Tentar conquistar o mundo!
Acho que a humanidade está se convencendo de que as mulheres ainda vão dominar o mundo, e eu compartilho dessa idéia. Eu acho que a iniciativa partirá das nossas lésbicas machonas, cheias de atitude e amor para dar às outras mulheres. Porque só uma bolachona para quebrar aquela idéia institucionalizada de que mulher é inimiga de mulher, de que elas são invejosas entre si, e etc.
Imaginem uma líder bolacha bem querida, bem dyke e bem delícia? Alguns diriam que ela teria que conduzir o mundo com mão-de-ferro, como a Dilma Roussef. Eu já diria que as mãos da nossa dirigente poderiam ser bem macias, como veludo. Mas isso pouco importa.
Viveríamos num reinado de mulheres, como o país da Mulher Maravilha. Eu viajo na Ivete Sangalo vestida de militar, naquele clipe do Berimbau Metalizado. “Mas axé é muito Brasil”, penso eu. Precisaríamos de alguém mais internacional, que soubesse traduzir a palavra “sapatão” para o inglês, língua tão universal neste mundo globalizado.
Pra quando a caminhada de lésbicas fosse dominar o mundo, efetivamente. Com todas essas características, eu acho que a nossa líder dyke poderia ser a… Pink. Delócia, máscula e fala inglês. E ainda é branquinha como o ratinho de laboratório do desenho da Acme!
Bárbara Sandiego