Em meio ao conflito que assola a Ucrânia, a comunidade LGBTQ+ enfrenta desafios amplificados, lutando não apenas contra as adversidades trazidas pela guerra, mas também contra a perseguição e a limitação de liberdades tanto em territórios ocupados pela Rússia quanto no próprio tecido social ucraniano. A situação alarmante destas pessoas foi capturada pela lente da fotógrafa alemã Sitara Thalia Ambrosio, que acompanhou o cotidiano de cinco jovens pertencentes à comunidade queer ucraniana, revelando histórias de resistência e solidariedade.
Sasha N. e sua amiga Olena são um exemplo da resiliência desses indivíduos. Amigas de longa data, elas agora vivem separadas pela guerra, com Olena estudando na Alemanha e Sasha trabalhando em Lwiw, uma cidade que se tornou refúgio para muitos fugindo da violência no leste. A história delas reflete a complexidade de manter laços afetivos e identidades em um país dilacerado pelo conflito.
O casal Yehor H., 20 anos, e seu parceiro Andrew, 24 anos, ilustram outra face da resistência queer na Ucrânia. Originalmente de Kyiv, eles se viram forçados a fugir para Lwiw nas primeiras semanas da invasão russa. Andrew, que está concluindo sua tese de doutorado em Direção, e Yehor, recém-ingresso no mesmo curso, encontram-se agora em um exílio interno, lutando para manter suas aspirações e identidade em meio ao caos.
As narrativas captadas por Ambrosio são mais do que registros visuais; elas são testemunhos da tenacidade humana. A fotógrafa compartilha que seu trabalho visa não apenas documentar as adversidades enfrentadas pela comunidade LGBTQ+ na Ucrânia, mas também celebrar a força e o espírito de luta desses indivíduos. Suas imagens e histórias revelam a complexidade da vida queer em tempos de guerra, destacando tanto os desafios quanto os momentos de alegria e esperança.
Este olhar sobre a vida queer na Ucrânia, marcado por conflitos tanto externos quanto internos, lança luz sobre a urgência de reconhecer e apoiar as lutas dessas comunidades. Em um tempo de incertezas, a coragem e resiliência da comunidade LGBTQ+ ucraniana emergem como um poderoso lembrete da humanidade compartilhada que persiste, mesmo nas circunstâncias mais adversas.
