A sentença de prisão suspensa imposta ao soldado Cathal Crotty, que agrediu Natasha O’Brien até deixá-la inconsciente em uma rua pública após ela pedir que ele parasse de gritar abusos homofóbicos, foi considerada uma mensagem equivocada sobre a atitude da sociedade em relação a crimes desse tipo. Lily Buckley, SC, representando o Diretor de Promotoria Pública (DPP), argumentou ao Tribunal de Apelação que uma pena de prisão é necessária para desencorajar outros que possam considerar cometer crimes semelhantes.
Buckley afirmou que o DPP não contesta a decisão do juiz de estabelecer uma pena base de quatro anos para a agressão, mas considera que a redução para três anos, totalmente suspensa, deu peso excessivo aos fatores atenuantes do caso. O juiz aposentado Tom O’Donnell, que proferiu a sentença, destacou a confissão de culpa de Crotty, seu bom histórico no exército e a ausência de condenações anteriores como fatores atenuantes. No entanto, Buckley ressaltou que o juiz pareceu dar peso significativo ao fato de que Crotty poderia perder seu emprego devido à condenação.
A DPP argumentou que Crotty não é casado e não tem dependentes, sugerindo que o juiz exagerou na consideração da possível perda de emprego. O tribunal assistiu a imagens de CCTV da agressão antes que os advogados de Crotty tivessem a oportunidade de responder aos argumentos apresentados pelo DPP.
O caso de Crotty gerou uma repercussão pública e política em julho do ano passado, quando se soube que ele havia agredido O’Brien em uma rua de Limerick no dia 29 de maio de 2022, após ouvi-la pedir que ele parasse de ofender alguém com um termo homofóbico. Após a agressão, Crotty inicialmente mentiu para a polícia, alegando que havia sido atacado primeiro, mas mudou sua versão após ser confrontado com as imagens de CCTV.
Crotty, que era um membro ativo das Forças de Defesa na época, foi demitido do exército em julho. Em junho de 2023, o juiz O’Donnell impôs uma pena suspensa de três anos a Crotty e ordenou que ele pagasse €3.000 de indenização a O’Brien. O julgamento no Tribunal de Apelação continua com o acompanhamento da sociedade e a expectativa de que a justiça seja feita para aqueles que sofrem com crimes de ódio.
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