Os editores do site www.somaligaycommunity.org, que entrou no ar no mês passado, estão recebendo ameaças de morte.
Tudo começou quando a notícia do lançamento foi divulgada pela Afrol News (Agência africana de notícias) e obteve repercussão nos principais meios de comunicação daquele país. A polêmica se instaurou e desencadeou uma série de debates em torno do assunto que incluíam mensagens ameaçantes de ódio e repulsa aos envolvidos com o site.
Um dos editores da Somaligaycommunity.org demonstrou-se surpreso com os acontecimentos em entrevista concedida recentemente à Afrol News: “Uma das mensagens dizia que vão nos perseguir por trás das linhas do inimigo. Eu ignorava estas mensagens, mas comecei a me preocupar quando o meu nome e número de telefone e os de Andrew Prince foram divulgados na Somaliland.com”, desabafa.
Andrew Prince é um ativista homossexual que mora no Reino Unido e é responsável pela programação da web somaliana. Ele também está surpreso e amedrontado com a quantidade de mensagens de ódio direcionadas a ele e à Muraad nos blogs e sites somalianos.
“Um indivíduo pede que sejamos perseguidos nas ruas e apedrejados como cães. Outras dizem que Alá nos castigará ou que é uma doença ocidental. Mas a pior de todas foi a de uma mulher muçulmana que nos xingava e dizia que se nos encontrasse na rua ia nos destroçar e deixar nossos pedaços para os cachorros comerem.”, denuncia Prince.
Apesar de tudo, Muraad está animado com a grande quantidade de mensagens de apoio e solidariedade que o site tem recebido. Somente na primeira semana no ar o site registrou mais de 133 mil acessos. “A comunidade gay somaliana está crescendo e nós também recebemos reações positivas de nossos membros. Não acho que as ameaças vão parar por aí, mas somos conscientes de que rompemos uma barreira social e nós aceitamos este risco”, finaliza Muraad.