A peça teatral “Haunted” traz uma abordagem única e provocativa sobre os direitos territoriais indígenas, misturando comédia e horror de maneira inovadora. No enredo, os personagens Aaron e Ash, interpretados por Chingwe Padraig Sullivan e Bradley Lewis, respectivamente, estão presos em sua casa, assombrados por fantasmas de indígenas americanos, enquanto refletem sobre a falta de soberania e a presença contínua dos povos nativos nos Estados Unidos. O espetáculo, escrito pela dramaturga indígena Tara Moses, estreia no Boston Public Library em 24 de janeiro e promete instigar discussões sobre o Movimento Land Back, que busca a restituição das terras aos seus proprietários originais e o fortalecimento da autogovernação indígena.
Moses, em entrevista, enfatiza a necessidade de ação prática por parte do público. “Quero que a audiência saiba o que pode fazer agora, hoje. Estratégias para a devolução das terras são claramente apresentadas, e é um convite à ação”, declarou. A peça não se limita a educar, mas incentiva a participação ativa na luta por justiça e reparação.
Sullivan acredita que “Haunted” proporciona uma catarse emocional, revelando as consequências da não devolução das terras e a urgência da participação de todos na causa. A peça também destaca a rica cultura indígena da América do Norte, incluindo a representação da comunidade queer, com referência aos indivíduos Two-Spirit, que carregam características masculinas e femininas, uma parte significativa da herança cultural indígena.
Lewis, que interpreta um personagem Two-Spirit, destaca a importância de visibilizar essa identidade, que muitas vezes é desconhecida para aqueles que não são indígenas. “É realmente incrível poder representar essa parte bonita da cultura nativa, algo que tem existido há séculos”, afirmou.
“Haunted” não só busca trazer à tona questões políticas e sociais relevantes, mas também explora a conexão emocional entre os irmãos, trazendo humor e sensibilidade à narrativa. Sullivan acrescenta que a peça é uma celebração da relação com a terra, enfatizando que ela é um ser vivo, com o qual os humanos devem se relacionar de maneira respeitosa e consciente.
A produção promete ser uma experiência envolvente e reflexiva, combinando nostalgia e humor em um contexto importante de reivindicação de direitos e reconhecimento cultural. Com sessões programadas até 15 de fevereiro, “Haunted” é uma oportunidade imperdível para quem deseja explorar as complexidades das relações entre os povos indígenas e a sociedade contemporânea.
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