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Transexual masculino está grávido de cinco meses e reclama de rejeição médica

Um relato na revista Advocate chamou a atenção do mundo e dos mais diversos veículos de comunicação essa semana. Um homem nos Estados Unidos estaria grávido. Na verdade o que aconteceu é que o transexual masculino Thomas Beatie engravidou e dará a luz a uma menina em julho deste ano.

Thomas é casado há dez anos com uma mulher, Nancy. Ele nasceu mulher, mas trocou de sexo há oito anos. Quando fez a operação ele apenas se submeteu a uma mastectomia – cirurgia para remoção dos seios. Continuou com sua vagina e começou uma terapia com testosterona – o hormônio masculino. “Mantive meus direitos reprodutivos”, afirmou.

Como no passado sua esposa passou por uma cirurgia de retirada do útero e o casal decidiu formar uma família, coube a ele engravidar. Thomas parou de tomar suas doses regulares de testosterona e voltou a ovular, não foi preciso tomar remédios para aumentar sua fertilidade.

"Querer ter um filho biológico não é um desejo feminino ou masculino, é um desejo humano", declarou Thomas. "Eu sou um transexual, legalmente um homem, e legalmente casado com Nancy. Conto com todos os direitos federais de um casamento", acrescentou.

Rejeição
A este momento você leitor deve estar curioso para saber como Thomas teria engravidado. Duas palavras: inseminação artificial. Até aí tudo bem. O problema é que não foi tão fácil assim. "O primeiro médico que procuramos era um endocrinologista especializado em reprodução. Ele ficou chocado com a situação e pediu que eu raspasse os pelos faciais. Depois de uma consulta de US$ 300 ele, relutantemente, fez meus exames médicos", relatou.

O médico ordenou ainda que o casal fosse examinado por psiquiatras da clínica para avaliar se eles tinham "condições psicológicas" de ter um filho. No entanto, após alguns meses e alguns milhares de dólares, o médico suspendeu o tratamento afirmando que ele e seus funcionários não se sentiam confortáveis por tratar alguém como ele.

"Médicos nos discriminaram, nos mandado embora por causa de crenças religiosas. Profissionais de saúde se recusaram a me chamar por um pronome masculino ou reconhecer Nancy como minha esposa. Recepcionistas riram da gente", declarou Thomas. Nove médicos foram envolvidos no processo, até que finalmente eles conseguiram acesso a um banco de esperma. Mas tiveram que optar pela inseminação caseira.

Sua primeira gravidez foi problemática.  Thomas engravidou de trigêmeos, mas os embriões se fixaram fora da cavidade uterina e ele acabou perdendo os embriões e uma de suas trompas. "Quando meu irmão soube disso, disse ‘é uma coisa boa isso ter acontecido. Quem sabe que tipo de monstro teria sido?’. Nesta época a de Nancy, sua esposa, não sabia da transexualidade de Thomas.

Após nova tentativa, Thomas conseguiu engravidar e hoje está de cinco meses. Ele diz que se sente "incrível". “Apesar de minha barriga estar crescendo com uma nova vida dentro de mim, estou estável e confiante sendo o homem que sou. De forma técnica, me vejo como minha própria ‘mãe de aluguel’, apesar de que minha identidade como homem é constante. Para Nancy, sou o marido dela carregando nosso filho."

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