Corre nesta semana em Uganda um projeto de lei que pretende punir com a pena de morte os homens portadores do HIV que fizerem sexo com outros homens. O mesmo projeto prevê também que qualquer pessoa que seja pega num ato homossexual seja condenada à prisão perpétua.
O projeto tinha sido encaminhado por David Bahati para o Parlamento de Uganda em 2009, no entanto, ele ainda não tinha sido discutido até a última sexta (6). A lei estava na agenda de votação do Parlamento desta quarta (11), mas por conta da pressão da ala feminina dos congressistas a votação foi transferida para a próxima sexta (13).
Um dos defensores do projeto, o pastor Martin Ssempa, disse à Comissão Jurídica e dos Assuntos Parlamentares na segunda-feira (9) que ele não apoia a pena de morte e defendeu que a pena máxima deve ir até sete anos de prisão. "O Parlamento deve ter a oportunidade de discutir e aprovar o projeto, porque a homossexualidade está matando a nossa sociedade", disse à comissão.
Vários ativistas LGBT ao redor do mundo se mobilizaram para que a lei não seja aprovada pelos legisladores. No ano passado, uma manifestação global massiva fez com que o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, impedisse o progresso da lei no Parlamento.
Com tumultos políticos crescentes entre governo e oposição no país, os extremistas religiosos que compõe o Parlamento esperam que a confusão e a violência nas ruas distraiam o resto do mundo na tentativa de aprovar a lei.
