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Celebridades que tentaram empoderar e acabaram problematizando

Quando falas de artistas famosos sobre feminismo, raça e ativismo soam desconectadas e geram críticas

Celebridades que tentaram empoderar e acabaram problematizando

Quando falas de artistas famosos sobre feminismo, raça e ativismo soam desconectadas e geram críticas

O mundo das celebridades é repleto de declarações marcantes, mas nem sempre aquilo que elas dizem sobre feminismo, direitos humanos e ativismo ecoa como deveriam. Muitas vezes, essas falas soam desconectadas da realidade, causando polêmica e questionamentos, especialmente para a comunidade LGBTQIA+ e outros grupos marginalizados.

Empoderamento ou gesto vazio?

Em 2024, a cantora Katy Perry embarcou numa missão espacial toda feminina, idealizada por Jeff Bezos, e falou sobre “abrir espaço para futuras mulheres” e a importância de valorizar nosso planeta. Mas a viagem foi criticada por seu alto custo ambiental e ligação com um bilionário controverso, fazendo com que o gesto perdesse a potência do empoderamento e soasse mais como um marketing vazio. Essa não foi a única vez que Perry enfrentou críticas por ações consideradas performáticas, como o lançamento de músicas com mensagens feministas superficiais e parcerias questionáveis.

Outro caso emblemático foi Demi Lovato, que em momentos delicados, como após o ataque ao Capitólio nos EUA, misturou seu posicionamento político com autopromoção da carreira musical, algo que não foi bem recebido pelo público. Já Eva Longoria, ao celebrar o voto das mulheres latinas, acabou diminuindo a importância da participação das mulheres negras nas eleições, gerando polêmica sobre a interseccionalidade no ativismo.

Comentários que revelam privilégios e estereótipos

Jamie Lee Curtis confessou ter tido preconceitos ao conhecer a atriz cubana Ana de Armas, revelando um olhar carregado de estereótipos culturais. Matt Damon também foi alvo de críticas quando comentou de forma leviana o uso de termos homofóbicos no passado, minimizando o impacto dessas palavras, mesmo após a conversa com sua filha. Já Khloé Kardashian tentou responder a comentários racistas sobre sua filha dizendo que em sua casa “não se vê cor”, uma frase que ignora a existência do racismo estrutural.

Kim Kardashian gerou desconexão ao dizer que “ninguém quer trabalhar hoje em dia”, ignorando as dificuldades econômicas do mundo pós-pandemia. E Pink, ao brincar com a ideia de “ser gay” para ilustrar o desejo por igualdade, acabou reforçando a ideia de que a orientação sexual é algo a ser usado como performance, afastando-se do real respeito à comunidade LGBTQIA+.

Allyship performativa e apropriações questionáveis

Alyssa Milano causou polêmica ao se autodeclarar trans, imigrante e pessoa com deficiência em uma única frase, o que foi interpretado como uma apropriação indevida e desrespeitosa. Kelly Osbourne, ao tentar defender os imigrantes, usou uma comparação que soou ofensiva e estigmatizante. Mayim Bialik, em textos publicados durante o movimento #MeToo, acabou colocando a responsabilidade pela violência sexual sobre as mulheres, sugerindo que elas deveriam agir de certa forma para evitar abusos.

Lena Dunham, ao dizer que gostaria de ter tido um aborto, banalizou uma experiência complexa para muitas mulheres. Amy Schumer e Sean Penn tentaram usar premiações para falar sobre a guerra na Ucrânia, mas suas mensagens se perderam em meio a outros temas, diminuindo o impacto real da causa.

Feminismo branco e falta de representatividade

Madonna e Natalie Portman foram criticadas por comentários que minimizaram questões raciais ou pela falta de ações concretas para apoiar mulheres negras e outras minorias. Emma Stone, ao apresentar os indicados ao Oscar, reforçou a separação entre “quatro homens e uma mulher”, ignorando nuances importantes da representatividade. Meryl Streep, apesar de seu histórico, fez declarações que foram vistas como insensíveis sobre diversidade.

Taylor Swift também enfrentou críticas por centralizar debates feministas em sua própria experiência, ignorando a diversidade e as lutas das mulheres negras. Lana Del Rey, ao defender sua música, questionou por que ela sofria críticas enquanto artistas negros não, o que gerou debates sobre apropriação cultural e empatia.

Ativismo digital desconectado

David Guetta, Heather Morris e Lili Reinhart fizeram gestos de ativismo que pareceram deslocados ou performáticos diante da gravidade das causas que queriam apoiar, como o movimento Black Lives Matter. Mark Ruffalo também foi visto como performático ao usar uma frase sobre Deus ser uma mulher negra em suas redes sociais.

Olivia Wilde tentou vender sua obra “Don’t Worry Darling” como um marco feminista, mas as cenas de sexo coercitivo no filme e as declarações da diretora geraram desconforto e debates sobre o que realmente significa empoderar mulheres.

Quando o ativismo cai na armadilha da superficialidade

Em meio a tantas vozes, fica claro que empoderar não é apenas falar, mas agir com consciência, respeito e interseccionalidade. Para a comunidade LGBTQIA+ e outros grupos marginalizados, essas declarações vazias ou desconectadas reforçam a importância de ouvir as vozes que vivem essas realidades, em vez de colocar celebridades como porta-vozes sem entender a complexidade dos temas.

Nos tempos atuais, a representatividade precisa ser genuína e o ativismo, transformador. Celebridades que desejam usar suas plataformas para o bem devem buscar aprendizado contínuo, humildade e compromisso real para não repetir os erros do passado e contribuir para uma cultura mais justa, diversa e inclusiva.

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