Amrou Al-Kadhi, conhecido como Glamrou, é um drag queen britânico-iraquiano que se destaca como escritor, cineasta e performer. Em uma recente entrevista, Glamrou compartilhou como a arte do drag o ajudou a explorar sua herança cultural do Oriente Médio e a se reconciliar com sua identidade. Desde os 19 anos, quando começou a se apresentar em drag, Amrou enfrentou desafios relacionados à sua sexualidade e feminilidade, mas encontrou no drag uma forma de se apropriar e celebrar essas partes de si mesmo.
O drag, segundo Glamrou, é uma maneira de transformar medos e inseguranças em orgulho e força. Ele argumenta que, ao vestir-se como drag, conseguiu acessar aspectos de sua cultura que anteriormente o faziam sentir vergonha. Isto inclui a influência de estrelas pop egípcias e a beleza das mulheres muçulmanas que o cercaram durante sua infância, que muitas vezes são retratadas de forma negativa na mídia.
Amrou também reflete sobre sua relação complexa com sua mãe, que teve uma resposta negativa ao seu envolvimento com o drag. Em sua nova produção, “Glamrou: Drag Mother”, ele busca entender e explorar a perspectiva dela, reconhecendo que sua figura materna é uma grande fonte de inspiração para seu personagem drag. Ele descreve sua mãe como uma mulher teatral e engraçada, e sua performance como uma carta de amor a ela, representando o que poderia ter sido se ela tivesse tido a liberdade de ser quem realmente é.
Além disso, Glamrou destaca a importância de modelos e referências culturais que o ajudaram em sua jornada. Ele menciona a série “Queer as Folk” como uma influência significativa em sua vida, proporcionando uma representação de homens gays empoderados e confiantes em um momento em que se sentia vulnerável e inseguro. Recentemente, ele se encantou com o filme brasileiro “Body Electric”, que apresenta drag queens e pessoas não-binárias como protagonistas em narrativas de amor e sexualidade, sem a presença de homofobia.
Glamrou acredita que seu trabalho pode ajudar outros, especialmente jovens queer que buscam representação. Ele enfatiza que a visibilidade não deve se limitar ao sofrimento, mas também incluir alegria e complexidade, permitindo que pessoas se vejam refletidas em suas obras. Com sua arte, ele espera oferecer um espaço onde todos possam sonhar e se sentir vistos em sua glória, e não apenas em suas lutas.
A apresentação de Glamrou no Soho Theatre, programada para 20 a 25 de janeiro, promete ser uma experiência intensa e emocionante, onde ele pretende provocar reflexões profundas sobre identidade, cultura e aceitação. Com essa abordagem, Amrou Al-Kadhi se estabelece como uma voz importante na comunidade queer e uma figura inspiradora para muitos.
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