Menu

Conteúdo, informação e notícias LGBTQIA+

in

Conga cubana celebra diversidade e desafia homofobia em Havana

Marcha vibrante no Vedado reúne comunidade LGBTQIA+ contra preconceitos e repressão em Cuba

Conga cubana celebra diversidade e desafia homofobia em Havana

Marcha vibrante no Vedado reúne comunidade LGBTQIA+ contra preconceitos e repressão em Cuba

Depois de um período de suspensão, a tradicional Conga Cubana contra a Homofobia e Transfobia volta a tomar as ruas do Vedado, em Havana, para reafirmar o orgulho e a luta da comunidade LGBTQIA+ em Cuba. Organizada pelo Centro Nacional de Educação Sexual (CENESEX), essa manifestação cultural e política acontece em um cenário repleto de significados, onde a celebração da diversidade se mistura à resistência contra a intolerância e o machismo que ainda permeiam a sociedade cubana.

Marcada para acontecer na tarde de um sábado, a conga começa na esquina da Calzada com o Paseo, próximo ao Hotel Cohíba, e segue até a Calle 12, diante do Club 500, no coração do Vedado. O convite é claro: se juntar a um espaço de visibilidade e afirmação, em que a diversidade não só é celebrada, mas também reivindica direitos e respeito para todas as identidades de gênero e orientações sexuais.

Uma festa política que reverbera além da música

A conga não é apenas uma festa de rua. Ela carrega o peso histórico e político do movimento LGBTQIA+ em Cuba, que, apesar de avanços recentes, ainda enfrenta desafios profundos. Embora o evento conte com a participação de figuras oficiais, como a diretora do CENESEX, Mariela Castro Espín, e até da primeira-dama Lis Cuesta, para muitos ativistas independentes, essa festividade oficial pode parecer uma ferramenta do regime para promover uma imagem de abertura sem enfrentar as raízes da opressão.

Nas redes sociais, a conga gera debates acalorados. Enquanto muitos comemoram a oportunidade de expressar orgulho e identidade, vozes críticas ressaltam que ainda faltam reconhecimento e direitos plenos, como a nomeação oficial do evento como um verdadeiro Dia do Orgulho LGBTQIA+. O machismo estrutural e a intolerância seguem sendo barreiras que o movimento precisa romper, mesmo em um evento com tanto potencial de visibilidade.

Entre celebração e repressão: o paradoxo cubano

A história recente da conga é marcada por episódios de tensão. Em 2019, uma marcha independente foi duramente reprimida pela polícia, com prisões arbitrárias e violência contra ativistas, incluindo o biólogo e defensor dos direitos LGBTQIA+, Ariel Ruiz Urquiola. Tais ações evidenciam o paradoxo vivido pela comunidade: enquanto o Estado promove eventos oficiais que celebram a diversidade, ele também mantém práticas autoritárias que limitam a liberdade de expressão e organização autônoma.

Em 2022, a conga foi suspensa em respeito às vítimas da explosão do Hotel Saratoga, demonstrando a sensibilidade do evento diante do contexto social cubano. Agora, com seu retorno, a conga reafirma sua importância como espaço de luta e celebração, convocando todxs a se unirem contra a homofobia e a transfobia que ainda insistem em existir.

Construindo pontes e ampliando vozes

Para o público LGBTQIA+ brasileiro e demais pessoas que acompanham a luta global por direitos e reconhecimento, a conga cubana é um lembrete poderoso de que a celebração da diversidade é também um ato de resistência. Em uma ilha marcada por contradições, onde cultura, política e direitos se entrelaçam, essa marcha vibrante no Vedado é um convite para fortalecer alianças e ampliar as vozes que exigem respeito, liberdade e amor para todas as famílias.

Ao participar ou acompanhar a conga cubana, lembre-se: cada passo nessa dança coletiva é também um passo rumo a um mundo mais justo, onde a diversidade é celebrada sem medo nem censura.

Que tal um namorado ou um encontro quente?

Sair da versão mobile