No último final de semana, a comunidade drag internacional se reuniu em Londres para a DragCon UK, um evento que não apenas celebra a arte do drag, mas também presta homenagem à icônica The Vivienne, vencedora da primeira temporada de RuPaul’s Drag Race UK, que faleceu recentemente aos 32 anos. A morte de The Vivienne deixou um vazio na comunidade, e muitos artistas expressaram suas preocupações sobre o aumento da transfobia e do preconceito que enfrentam atualmente.
Danny Beard, também vencedor de Drag Race UK, destacou que a visibilidade dos drag queens tem sido acompanhada por um aumento da discussão e do debate, muitas vezes de natureza negativa. Ele afirmou que a transfobia está se manifestando de forma alarmante, e que drag queens frequentemente sofrem as consequências dessa hostilidade, especialmente em tempos em que os direitos LGBTQ+ estão sob ataque. “Eu posso colocar isso e tirar, mas nossos irmãos e irmãs trans não podem”, disse Beard, enfatizando a necessidade de solidariedade dentro da comunidade.
Juno Birch, uma drag independente que se identifica como mulher trans, compartilhou sua própria experiência, destacando que, nos últimos anos, ela se tornou mais cautelosa em público devido ao aumento da hostilidade. “Está ficando um pouco assustador”, afirmou, refletindo sobre como o ambiente social mudou para as pessoas LGBTQ+.
Ginger Johnson, vencedora da quinta temporada de Drag Race UK, relatou que os artistas drag enfrentam constantes abusos e ataques pessoais nas redes sociais, o que torna a situação ainda mais angustiante. “Há muito amor por aí, mas também há tanto ódio. É uma reciclagem da homofobia de décadas atrás, tentando pintar o drag como algo perigoso ou repugnante”, disse Johnson.
Sasha Velour, vencedora de Drag Race US, também falou sobre a resiliência da arte drag, afirmando que, apesar dos desafios atuais, a forma de arte nunca irá desaparecer. “A beleza e a alegria que trazemos podem ser um consolo para o que está por vir”, acrescentou Velour, ressaltando a importância da visibilidade e do apoio dentro da comunidade.
O evento não só celebrou a vida e o legado de The Vivienne, mas também uniu artistas em um chamado à ação contra a discriminação e a violência, reforçando a ideia de que, juntos, eles são mais fortes e resilientes diante da adversidade.
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