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É Fácil ser TOP? O modelo gato brasileiro Marlon Teixeira abre o jogo

Em um bate papo com o A Capa, Marlon Teixeira conta como construiu uma carreira de sucesso ao longo dos quatro anos que trabalha como modelo. Descoberto na praia, logo de cara emplacou campanhas internacionais bombadas.

Seu rosto e corpo (e que corpo!) já estamparam os anúncios da Armani, Dior e da Diesel mais de uma vez. No ano passado ele fotografou ao lado da transex Lea T. a campanha de verão da marca carioca Blue Man, com direito a beijo na boca e tudo. A seguir o gato fala sobre a carreira, revela como lida com o assédio do público gay e o que faz para manter o corpão.

Qual foi o primeiro trabalho que você percebeu que ia conseguir ganhar dinheiro trabalhando como modelo?
Olha, é difícil falar, porque muita gente sonha com isso. Mas eu já comecei trabalhando com grandes marcas. Logo no início já fiz trabalhos para a Dior, Armani. Eu tive sorte. As coisas foram acontecendo. Eu nem sabia o que era Dior. Mas não teve um momento de ficar milionário. Ainda estou esperando por isso! (risos). Agora eu tento manter o que já construí.

Você foi descoberto ou foi atrás da carreira?
Fui totalmente descoberto. No começo eu não quis, achei que não era para mim. Hoje não tem mais preconceito com os modelos masculinos. Hoje todo mundo quer ser modelo. Eu era um menino da praia, pegava onda, praticava surfe profissional. Eu não tinha a vontade de ser top model, parece que foi ontem que saí de casa.

Nos castings você está em constante avaliação. Com é receber sim e não? Ter o seu corpo inspecionado e avaliado?
Na verdade é tranqüilo. Não é você que está fechando o trabalho. Você está como todo mundo ali, para o cliente te conhecer. Você mostra o seu book, conversa. Não me sinto mal com o sim ou o não.

Todas as suas campanhas tem um forte apelo sexy. Você normalmente aparece exibindo o corpo. Essa superexposição te incomoda?
Encaro isso de uma maneira super normal. Não sei o que as pessoas pensam quando vêem um trabalho meu. Você vê uma foto e cria na sua cabeça o que você quer. O que as pessoas pensam, é problema delas. A maioria não tem noção da seriedade de uma campanha, o dinheiro que é investido para se chegar naquele resultado. Eu nunca fiz foto pelado. Para mim tem um limite. Eu sou tímido. Para mim ser sexy é um trabalho, não estou ali tirando uma onda. Eu fiz trabalhos com pegada mais fashion e também com essa linha mais sexy. As pessoas acham que eu me sinto meio mal com essa questão. Mas quando estou ali, é um trabalho sério. Quando estou fotografando me concentro na foto e não no que as pessoas vão pensar.

Você disse que é tímido…
Muita gente me acha marrento, mas sou um menino tímido, tenho que trabalhar muito minha timidez. Vou chegar aqui, se tiver um monte de gente, de cabeça baixa, com vergonha, não vou chegar como o top.

Você é tido como muso entre o público gay. Como é isso para você?
Não fico seguindo muito esses blogs e sites. Até prefiro, para não ficar me vendo, me comparando. O assédio gay existe assim como existe o assédio das mulheres. As pessoas têm a imagem de que o gay vai vir e te atacar. Mas comigo sempre rola de forma educada. Para mim é indiferente o que a pessoa faz ou não. Muita gente comentou quando eu fotografei com a Lea T. Para mim o que ela faz ou não faz é um problema dela, não tenho nada com isso.

Você chegou a fazer alguma revista para o público gay?
Se a gente for parar para pensar, qual é o público que consome as revistas de moda masculina? São os gays. Quantos homens héteros vão comprar uma Vogue? O público masculino maior acaba sendo gay. Quando vou fazer um editorial, às vezes não conheço a revista. Então posso até ter feito alguma foto para uma revista exclusivamente gay, mas isso acaba nem sendo passado para mim. Mas nunca fiz revista pornográfica. Tive a sorte de sempre trabalhar com pessoas sérias, que me levaram a trabalhos sérios.

Qual fotógrafo que você mais gostou de trabalhar?
Na fotografia, cada um tem seu estilo de trabalhar, de fazer a foto. Já trabalhei com muitos fotógrafos no Brasil que gostei muito. O Jacques Dequeker, o Cristiano, que é ótimo e muito querido, o Gui Paganini. O Miro fez meu primeiro trabalho, que foi uma campanha da Triton. E lá fora gosto muito do trabalho do Mert & Marcus (Mert Alas e Marcus Piggott), do Steven Klein e do Mario Sorrenti.

O que você faz para manter esse corpo?
Eu tenho uma genética maneira. A preguiça de ir para a academia é muito grande. Eu gosto de surfar, ando de skate. Tento ir na academia, ter aquela rotina. Ano passado malhei um tempo, fiz um mês mais ou menos. Mas me senti muito duro, gosto de ficar mais flexível por causa do surfe. Então, tento fazer outras atividades para substituir a malhação.

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