Abril de 2024 é marcado pela série “Believers”, que explora diversas facetas da fé e religião entre os jovens. Neste contexto, uma interessante convergência emerge entre a espiritualidade e a identidade LGBTQ+, desafiando a noção frequentemente percebida de que religião e queer são antagônicos.
Um relatório do Williams Institute da Escola de Direito da UCLA revela que quase metade dos adultos LGBT nos Estados Unidos são religiosos, com o protestantismo sendo a afiliação mais comum, seguido pelo catolicismo, outras vertentes do cristianismo, judaísmo, mormonismo e islamismo. Notavelmente, 40% dos jovens entre 18 e 34 anos se identificam como religiosos, destacando a presença significativa de jovens queer religiosos.
Para compreender melhor essa interseção, quatro jovens compartilham suas experiências sobre como conciliam sua fé e sua identidade queer. Mary, de 25 anos, utiliza pronomes ela/dela e eles/delas, e cresceu aprendendo que ser uma “boa católica” envolve ser gentil, respeitosa e caridosa, mais do que seguir regras contraditórias. Ela destaca que Deus é amor e que a verdadeira bondade está acima de qualquer preconceito ou ódio.
Envy Cameron, 20 anos, ele/deles, fala sobre a importância de encontrar uma harmonia entre sua fé e sua queeridade, mencionando como esse alinhamento foi vital para superar a homofobia e a transfobia aprendidas na igreja durante sua infância. Envy enfatiza que reconhecer a beleza de sua queeridade como um reflexo de Deus pode ser transformador.
Hannah, também com 25 anos, ela/dela, expressa que sua queerness a aproximou de Deus mais do que qualquer outra coisa em sua vida. Ela discute a luta para reafirmar seu espaço em ambientes religiosos, muitas vezes hostis, e como sua fé e identidade de lésbica se reforçam mutuamente.
Olivia, 21 anos, ela/dela, foi criada na igreja e, apesar de enfrentar dificuldades sendo queer e cristã, afirma que os princípios de amor, empatia, compaixão e bondade que lhe foram ensinados a ajudam a fazer parte de uma comunidade definida por esses mesmos valores.
Esses testemunhos não apenas destacam a diversidade e a resiliência dentro da comunidade LGBTQ+ religiosa, mas também servem como um lembrete poderoso de que fé e identidade podem coexistir harmoniosamente, oferecendo um espaço de aceitação e amor incondicional.
