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Gays sofrem mais agressões dentro da própria casa, revela pesquisa do Rio

O local em que os homossexuais mais sofrem agressões, pelo menos no Estado do Rio de Janeiro, é dentro da própria casa.

Segundo dados do programa Rio Sem Homofobia divulgados nessa semana, do total de denúncias registradas nos quatro centro de referência do estado, 22% das vítimas sofreram ataques praticados pelos parentes ou amigos próximos, dentro do ambiente familiar.

"É assustador você ter o ambiente familiar como o principal local de violência contra homossexuais. Dá a noção de quanto é séria a situação de vulnerabilidade em que vivem. Em casa, com seus pais, irmãos e parentes, é que eles sofrem a maior parte da violência verbal e física", diz Cláudio Nascimento, coordenador do Programa Rio Sem Homofobia.

O segundo lugar onde a violência é mais frequente é a rua, com 18% das denúncias. "Na prática, o direito de ir e vir dos homossexuais está sendo cassado. Se não é surpreendente, é entristecedor. A gente vem debatendo a questão dos direitos humanos, mas nosso país ainda está patinando".

O ambiente de trabalho e a escola também estão entre as principais áreas em que há a prática da homofobia.

Com base na pesquisa, Cláudio Nascimento afirma que 38% das denúncias registradas foram motivadas por agressões verbais e 22% por agressões físicas.

"Juntos, os casos somam 60% e mostram a situação vexatória a que os homossexuais estão expostos, sendo vítimas de piadas, xingamentos, agressões e todo tipo de humilhações. Isso gera um ambiente hostil".

As agressões físicas mencionadas por Cláudio não incluem assassinatos e casos de abuso sexual.

O coordenador do projeto acredita que a sensação de impunidade agrava a situação. "É urgente que seja aprovada a Lei da Homofobia, para que seja reconhecido como crime de ódio, como é o racismo, que é inafiançável. Há no imaginário dos setores homofóbicos a expectativa da impunidade ou de punições brandas, que muitas vezes são apenas o pagamento de cestas básicas".

O Programa Rio Sem Homofobia aumentará o número de centros de referência com a inauguração de mais quatro neste ano. O primeiro deles será aberto em junho, em Nova Iguaçu. O segundo será em São Gonçalo, segunda cidade mais populosa do estado.

As outras duas localidades ainda estão sendo estudadas. Atualmente existem centros na capital, em Niterói, em Duque de Caxias e em Nova Friburgo. A meta é ter 14 até o fim do ano que vem.

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