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On Swift Horses: romance queer e segredos na América dos anos 1950

Drama sensível revela as tensões da repressão LGBTQIA+ em meio a apostas e desejos ocultos

On Swift Horses: romance queer e segredos na América dos anos 1950

Drama sensível revela as tensões da repressão LGBTQIA+ em meio a apostas e desejos ocultos

Ambientado na América dos anos 1950, On Swift Horses traz a história de Muriel, uma garçonete que parece ter a vida ideal: um marido amoroso, uma casa suburbana com cerca branca na Califórnia e um visual impecável. Mas, por trás dessa fachada, ela esconde segredos que revelam as tensões de uma época marcada por repressão e normas rígidas.

Muriel mantém uma paixão secreta por uma vizinha, Sandra, e um vício em apostas que desafiam a estabilidade de seu casamento. A chegada de Julius, irmão do marido, traz uma energia rebelde e complexa à narrativa. Interpretado por Jacob Elordi, Julius vive um romance oculto com um colega de trabalho em Las Vegas, onde ambos vigiam jogadores para evitar fraudes em cassinos – uma metáfora potente para o medo e o desafio da identidade queer em tempos hostis.

O desafio de revelar desejos em tempos de opressão

O filme, inspirado no romance de Shannon Pufahl e adaptado por Bryce Kass, explora a luta silenciosa de personagens que tentam viver seus desejos em uma sociedade que insiste em esconder a diversidade. Muriel e Julius vivem suas angústias em meio a pequenos gestos, olhares e toques cuidadosos, tentando equilibrar o medo da exposição com a necessidade de autenticidade.

Apesar da atuação sensível de Daisy Edgar-Jones como Muriel, o roteiro às vezes se perde em simbolismos excessivos e uma trama que oscila entre momentos de melancolia e melodrama intenso, especialmente no desfecho. A presença constante de símbolos como apostas, bombas atômicas e até um cavalo – que deveria representar o espírito livre – acaba diluindo o impacto emocional da história.

Relevância para o público LGBTQIA+

Em tempos atuais, quando forças políticas tentam reviver visões retrógradas sobre gênero e sexualidade, On Swift Horses ressoa como um lembrete da resistência e das complexidades da experiência queer no passado. O filme aborda, com delicadeza, o quanto nossos ancestrais precisaram navegar entre o desejo e a obrigação social, muitas vezes pagando um preço alto por isso.

Muriel, com sua dualidade entre vulnerabilidade e força, representa a sensação de estar sempre à beira de perder tudo. Sua jornada é um convite para refletirmos sobre o valor da liberdade de ser quem somos, mesmo quando o mundo parece conspirar contra.

Embora a narrativa não seja perfeita, o filme se junta a clássicos do cinema queer ambientados nos anos 1950, como Carol e Queer, ampliando o repertório de histórias que mostram a riqueza e a dor da vivência LGBTQIA+ em épocas difíceis.

On Swift Horses é uma obra que, apesar de suas falhas, merece ser vista e discutida, especialmente por quem busca entender as raízes das lutas queer e a força de quem se escondeu na sombra para depois buscar a luz.

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