Com foco em narrativas queer, Bahaez promete revolucionar o mercado audiovisual brasileiro
Com a missão de ampliar a representatividade LGBTQIAPN+ nas telas brasileiras, a produtora Bahaez chegou para transformar o mercado audiovisual. Fundada por Alice Chiappetta e Henrique Osse, a produtora, mesmo em sua fase inicial, já acumula participações em festivais importantes e produz campanhas para grandes marcas, mostrando que diversidade e qualidade caminham juntas.
A inquietação dos sócios surgiu da percepção clara da falta de espaços e narrativas que retratassem a pluralidade LGBTQIAPN+ de forma autêntica e respeitosa. Henrique, com mais de dez anos de experiência em produção executiva, e Alice, formada em Artes Cênicas e estudiosa do audiovisual, uniram forças para ocupar esse espaço e ser uma voz ativa no mercado.
Por dentro da Bahaez: mais que uma produtora, um movimento
A dupla não apenas quer levar histórias LGBTQIAPN+ para as telas, mas também garantir que essas narrativas sejam produzidas por pessoas que vivem essas realidades, quebrando a tradicional heteronormatividade das equipes técnicas. “Procuramos montar equipes majoritariamente LGBTQIAPN+ para garantir que cada projeto reflita diversidade e pertencimento de forma genuína”, afirma Alice.
Além disso, eles destacam que a representatividade precisa estar presente em todos os níveis, inclusive na produção executiva, para garantir que essas histórias tenham espaço, voz e recursos reais, evitando censuras ou cortes que frequentemente prejudicam narrativas queer.
Inspiração internacional e conexões estratégicas
Buscando referências para fortalecer o projeto, Alice e Henrique encontraram inspiração na efervescente indústria queer da Tailândia, que tem movimentado milhões de fãs com conteúdos GL (girls love) e BL (boys love). Em encontros com autoridades tailandesas, eles identificaram um mercado promissor e pouco explorado no Brasil, o que reforçou a importância de fomentar a produção local com qualidade e autenticidade.
Conquistas e desafios do início
Apesar de ser uma produtora jovem, a Bahaez já se destaca. Participou da 34ª edição do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro com o filme “Mania”, que ganhou prêmio de Melhor Filme de Romance no Los Angeles Movie and Music Video Awards. Além disso, já entregou dez campanhas publicitárias para marcas renomadas, incluindo Adidas, Samsung e Coca-Cola, com parcerias que envolvem artistas LGBTQIAPN+ como o cantor Jão.
Para equilibrar o fluxo financeiro, a Bahaez tem apostado também em publicidade e conteúdos para marcas, garantindo sustentabilidade enquanto desenvolve projetos maiores como séries e longas-metragens queer.
Projetos futuros e compromisso com a literatura queer
O futuro promete grandes lançamentos: adaptações de obras queer consagradas como “Liz Flores É Uma Farsa”, da escritora Vic Mendes, e “Apenas Para Garotas”, de Leo Gumz, além de uma série inédita criada por Luíza Fazio. Também estão em desenvolvimento um curta e um longa-metragem com nomes importantes do cenário artístico LGBTQIAPN+, como Giovanna Grigio e Gabi Lisboa.
O planejamento prevê lançamentos já para 2026, consolidando a Bahaez como referência nacional em conteúdo audiovisual queer.
Representatividade que transforma
Mais do que produzir filmes e séries, a Bahaez quer ser um espaço de construção de referências para a comunidade LGBTQIAPN+. Alice relembra sua adolescência e a escassez de conteúdos que a representassem, reforçando que a produtora existe para preencher essa lacuna e oferecer narrativas positivas e plurais.
Com uma conexão direta com seu público, especialmente pelo trabalho com o portal Lesbocine, um dos maiores da América Latina focado no público LBTQIA+, a Bahaez reafirma seu compromisso não só com a produção, mas com a transformação social por meio da arte.
Assim, a produtora Bahaez mostra que a representatividade LGBTQIAPN+ no audiovisual não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente para um mercado mais justo, diverso e repleto de histórias que refletem a riqueza da nossa comunidade.