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Orgasmo Virtual: Na era das redes sociais, a pegação rola pelas câmeras do computador

Desde que a internet surgiu como serviço a população, inúmeras teses apareceram apontando como o fim da vida carnal ou de que estaríamos entrando na fase do pós-humano. O mundo carnal aí está e a esfera virtual já é uma extensão daquilo que vivemos no cotidiano ordinário e entendido como real. O fato é: hoje as pessoas vivem cada vez mais em torno do seu avatar nas redes sociais e nelas namoram, noivam e transam.

Desde a criação das salas de bate papo, no final dos anos 90, iniciou-se uma prática que hoje faz parte do cotidiano de muita gente: o sexo virtual. E como se começa uma conversa virtual com intenções sexuais? Há orgasmo? Vicia? "Geralmente, quando procuro sexo virtual frequento chat ou vou aos contatos do MSN colhidos em ocasiões do tipo. A interação é a típica desse tipo de lugar: as pessoas se apresentam de modo breve: quantos anos, onde mora, o que procura – e falam de seus interesses com relação a sexo. Se alguma afinidade aparece, trocam MSN, onde a conversa continua", conta S*.

Já Xicão* inicia os seus contatos virtuais em salas de bate papo. "Costumo olhar o perfil, ou a foto, se me atrair depois passo o MSN". Iniciada as conversas preliminares, o que será que atrai S. e Xicão em relação aos pretendentes virtuais? "A abordagem minimamente educada e saber escrever. Erros grosseiros de escrita tiram o tesão", relata S.

"Antes de iniciar a conversa o que chama atenção são os atributos físicos por ser uma relação inicialmente efêmera (você só quer ”sentir” prazer e ponto) e carnal, gostos e preferências são vistos e isso é o ponto inicial para desenvolver a conversa", revela Xicão, ao contar que o próximo passo é analisar a foto e descobrir se o cara está com o "mesmo objetivo", para depois, "falar coisas que comecem a excitar".

Tanto S. quanto Xicão afirmam que sentem quando a coisa está rolando a partir da conversa. Os entrevistados também relatam que já partem para o assunto sexual e, a partir daí, ambos contam que as palavras são fundamentais nesse momento, já que, como conta S*, "se um cara ou uma garota fala algo errado e já estamos nos masturbando, a coisa pode brochar".

Troca de palavras, mostra de partes genitais e masturbação. Sem o contato carnal, será que os nossos entrevistados alcançam o orgasmo numa relação virtual? "Geralmente o orgasmo é atingido com masturbação durante o contato ou logo após. Quando há masturbação durante o contato virtual, geralmente ela se dá em conjunto", diz S. Xicão revela que nunca teve "orgasmo em um sexo virtual. Porém, sempre alcançava a ejaculação pensando no cara do outro lado fazendo sexo comigo na vida real".

O sexo é virtual e o gozo também, porém, a linha entre o mundo on-line e real é tênue. S. e Xicão contam que as suas experiências já extrapolaram tais fronteiras. "Já tive sexo virtual com pessoas com quem depois tive relações reais e já tive o contrário também, relações virtuais com pessoas com quem já havia tido relações reais. A internet pode ser um lugar bacana para conhecer pessoas, seja para sexo eventual real, virtual ou para uma amizade colorida", conta S.

Xicão relata que numa ocasião encontrou uma transa virtual na boate. "Estava em um clube e encontrei na pista um rapaz com quem eu tinha feito sexo virtual três dias antes dessa festa, contudo, não havíamos marcado de nos encontrar, foi mera coincidência. Na festa conversamos, ficamos e transamos na vida real".

*Os nomes foram alterados a pedido dos entrevistados.

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