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Reações à Carta Pastoral do Arcebispo de Detroit sobre Identidade de Gênero

A recente carta pastoral do Arcebispo Allen Vigneron de Detroit sobre a identidade de gênero tem gerado intensas reações entre ativistas LGBT e a mídia secular, que interpretaram o documento como um ataque aos indivíduos que se identificam como LGBT. Publicada em 26 de fevereiro, a carta visa relembrar os ensinamentos da Igreja Católica sobre a sexualidade humana e convocar os fiéis a agirem como defensores da verdade.

Na carta, Vigneron enfatiza a dignidade de cada pessoa, independentemente de suas lutas pessoais com a confusão de gênero. “Esses indivíduos merecem, antes de mais nada, nosso amor, compaixão e apoio”, escreveu o arcebispo. Ele apontou que o chamado não é para ser “guerreiros culturais” em busca de conflito, mas para proclamar de forma firme e amorosa o Evangelho, que ressalta que o corpo de cada pessoa, como criado, é feito à imagem e semelhança de Deus, possuindo uma dignidade inviolável.

No entanto, suas escolhas de palavras e a abordagem da carta foram criticadas por ativistas e membros da comunidade LGBT católica. Carolyn Shalhoub, vice-presidente do grupo Dignity Detroit, expressou seu desconforto ao ler a carta, mencionando sentir-se “enjoada” com o que ela descreveu como “políticas prejudiciais e imprecisas”. Linda Karle Nelson, outra defensora LGBT, comentou que, apesar do esforço do arcebispo em adotar uma linguagem acolhedora, o tom utilizado ainda “diminui e deslegitima a auto-identidade das pessoas transgênero”.

Marianne Duddy-Burke, diretora executiva da DignityUSA, argumentou que a carta representa uma posição dogmática desatualizada, criticando especialmente a referência ao suicídio no texto, que ela considerou “perturbadora” e “cruel”. Vigneron havia mencionado que “não raramente, os pais são submetidos a alegações manipuladoras de que, se não afirmarem as preferências de gênero de seus filhos, eles correm o risco de levá-los ao suicídio”.

Apesar das críticas, Vigneron afirmou na carta que não pretende condenar ninguém, mas instruir os fiéis de sua diocese sobre como acompanhar essas pessoas à luz dos ensinamentos da Igreja, sempre com compaixão, mas sem concordar com esforços para se identificar de maneira diferente do sexo biológico, o que ele acredita que pode causar grandes danos.

O debate em torno da carta pastoral evidencia a contínua tensão entre os ensinamentos tradicionais da Igreja e os movimentos sociais modernos que buscam maior aceitação e compreensão das diversas identidades de gênero dentro da comunidade católica.

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