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Seminário no MPPE destaca direitos e inclusão de mulheres trans e travestis

Na última quarta-feira (27), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizou o seminário “Direitos e Acolhimento das Mulheres Trans e Travestis”, marcando o encerramento das atividades do mês da mulher. O evento, uma iniciativa dos Núcleos de Apoio à Mulher (NAM) e de Direito LGBT (NDLGBT) junto com a Escola Superior do MPPE (ESMP), teve como foco principal o debate sobre o empoderamento das mulheres trans e travestis, buscando derrubar estigmas e garantir a plena execução de seus direitos.

Luciana Prado, coordenadora do NAM e promotora de Justiça, destacou a importância da interseccionalidade em uma sociedade marcada pelo machismo, racismo e LGBTfobia. “O Núcleo da Mulher aborda não apenas a violência doméstica e familiar, mas todas as questões dos feminismos, enfatizando o compromisso do MPPE com o acolhimento e direitos das mulheres trans e travestis,” afirmou Prado.

Maxwell Vignoli, coordenador do NDLGBT, ressaltou a vanguarda do MPPE na criação de comissões e na implementação de normativas que respeitam o nome social e o uso de banheiros de acordo com a identificação de gênero. “Mulher trans é mulher, e precisa estar inclusa nas discussões sobre direitos das mulheres,” enfatizou Vignoli.

O evento também contou com a participação de notáveis palestrantes como Antonella Galindo, vice-diretora da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, que discorreu sobre o papel das instituições na defesa dos direitos da população LGBT. Galindo apontou conquistas recentes, como o casamento homoafetivo e a criminalização da LGBTfobia, destacando a necessidade de políticas públicas que combatam a agenda transfóbica.

Fabianna Oliveira, psicóloga da Casa de Acolhimento Municipal LGBTQI+ Roberta Nascimento, abordou a evolução da Psicologia em relação ao tratamento da população trans e travesti. Oliveira ressaltou a importância de políticas públicas e do apoio familiar para a promoção da saúde mental e física dessa comunidade.

Chopelly dos Santos, Presidenta da Articulação e Movimento de Travestis e Transexuais de Pernambuco, realçou o avanço nos direitos desde o início de sua militância em 2008, mas lamentou que a violência e os assassinatos ainda persistam. “Precisamos de mais seminários e formação para trabalhar a empregabilidade das pessoas trans, além de destacar as que conseguiram ascender socialmente para inspirar novas gerações,” concluiu Santos.

O evento foi um marco importante para a discussão e promoção dos direitos das mulheres trans e travestis no estado, evidenciando o papel crucial do MPPE e de outros organismos na luta contra a discriminação e na busca por igualdade e respeito.

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