A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) – que é autora da nova PL 7582/2014 que visa criminalizar a homofobia e transfobia – foi entrevistada pela revista Brasileiros e falou que os LGBT sofrem todos os tipos de violações.
+ Maria do Rosário diz que criminalização da homofobia terá forte impacto cultural
Segundo e deputada, não dá para falar sobre direitos humanos quando alguém ou algum grupo está sendo violentado. E que o Brasil tem violações de maneira organizada e articulada.
"Percebo que nós ainda não percebemos como as violações no Brasil se dão forma organizada e articulada. O racismo se manifesta em um verdadeiro genocídio dos jovens negros na periferia. O machismo se manifesta na violência contra as mulheres e na representação política tão pequena nas esferas públicas. A homofobia se manifesta nas agressões, nos homicídios, nas piadas, nos programas de televisão e outros meios".
Maria do Rosário diz que, além de políticas públicas inclusivas, o Brasil precisa ter uma cultura de direitos. "Uma cultura que faz o fomento com a produção, com a repetição, com a participação desses setores na busca dos seus próprios direitos na sociedade", afirma ela, que diz que os direitos humanos são vistos de forma reduzida.
"Direitos humanos não são princípios filosóficos e éticos. mas o arcabouço desses princípios sobre a convivência humana, que foram estabelecidos a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. A gente viu os direitos humanos escritos em tratados, em leis, em acordos. E, desde a Conferência de Viena, de 1993, são indivisíveis e universais", explica.
+ Saiba por que Eduardo Cunha como presidente da Câmara é péssimo para os LGBT
Já ao ser perguntada sobre o projeto que levou o nome de "cura gay", a deputada é enfática ao dizer que o fundamentalismo religioso leva ao ódio. "Não há palavras para falar sobre isso. O Brasil precisa avançar e, para tal, o seu Parlamento precisa ir contra as manifestações de ódio. Todas as formas de fundamentalismo levam ao ódio. E eu quero dizer que, não apenas as mulheres, mas a comunidade LGBT também sofre todos os tipos de violência. Os negros, as comunidades indígenas, enfim. E as pessoas que atacam a dignidade humana dessa forma não pode continuar no Parlamento, porque isso vai contra a Constituição".