Venus Sherwood relata sequestro e agressão em Puerto Vallarta, expondo violência contra artistas LGBTQIA+
Venus Sherwood, rainha que conquistou a quarta temporada do Canada’s Drag Race, usou suas redes sociais para denunciar uma experiência traumática de violência policial no México. Durante uma estadia em Puerto Vallarta, a artista relatou ter sido “abduzida” e brutalmente agredida por oficiais de polícia, trazendo à tona o cenário de vulnerabilidade enfrentado por pessoas LGBTQIA+ em diversos lugares do mundo.
Relato de terror e abuso
Em uma série de publicações nos Stories do Instagram, Venus detalhou que foi detida à força, algemada e jogada na traseira de uma viatura, onde teria sofrido agressões físicas durante cerca de uma hora. Segundo a drag queen, policiais a estrangularam e chutaram, além de confiscarem seus pertences, incluindo R$ 5 mil em dinheiro e seus fones de ouvido. Para ser liberada, teve que pagar uma quantia extra aos agentes, enquanto o atendimento local negava ajuda, acusando-a injustamente de não ter pago uma corrida de táxi.
“Não consigo nem ligar para a polícia porque foram eles que fizeram isso comigo”, desabafou Venus, que mostrou as marcas visíveis dos ferimentos nos braços e no torso. Ela ainda revelou ter sido deixada sangrando na beira de uma estrada escura durante a madrugada, enquanto os agentes zombavam dela.
Comunidade queer como suporte e resistência
Apesar do trauma, Venus recebeu apoio da equipe do Almar Resort, onde estava hospedada, e agradeceu especialmente à comunidade LGBTQIA+ local em Puerto Vallarta, conhecida por ser um refúgio para pessoas queer. Sua coragem ao expor esse abuso não apenas denuncia a corrupção e o preconceito presentes em instituições policiais, mas também reforça a importância da solidariedade entre as pessoas LGBTQIA+.
Vale lembrar que Venus Sherwood fez história ao se tornar a primeira rainha indígena a vencer o Canada’s Drag Race, destacando-se como referência e inspiração para a representatividade dentro e fora do mundo drag.
Contexto de violência contra artistas drag
Infelizmente, casos de ataques e agressões a integrantes da cena drag e LGBTQIA+ não são isolados. Em 2025, Jasmine Kennedy, participante do Drag Race, foi assediada em Nova York, Estados Unidos, enquanto Envy Peru, vencedora do Drag Race Holanda, sofreu agressão em Amsterdã, Holanda, no ano anterior. A icônica rainha britânica The Vivienne também foi vítima de ataque em Liverpool, Inglaterra.
Esses episódios reforçam a urgência de discutir segurança, respeito e direitos para artistas e pessoas LGBTQIA+, sobretudo em contextos onde a violência institucional ainda é uma ameaça constante.
Um chamado à reflexão e à ação
Ao compartilhar sua história, Venus Sherwood convida toda a comunidade LGBTQIA+ e aliados a se posicionarem contra o abuso de poder e a discriminação. A luta por um mundo onde possamos celebrar nossa identidade sem medo é coletiva e diária.
Venus continua em recuperação e busca orientações sobre como denunciar formalmente o ocorrido, mostrando que mesmo em momentos difíceis, a voz queer permanece forte e resiste.
Venus Sherwood é um exemplo de coragem e representatividade, e sua denúncia é um alerta importante para a realidade que muitas pessoas LGBTQIA+ enfrentam ao redor do mundo.