As urnas francesas confirmaram no domingo (08) a eleição de François Hollande, do Partido Socialista (PS), como o novo presidente da França pelos próximos cinco anos. Entre as bandeiras do candidato eleito está à revisão dos contratos de ajuste fiscal com a União Europeia e em especial os realizados pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy (UMP), feito com primeira ministra da Alemanha, Angela Merkel (Partido Liberal). A outra bandeira trata-se de união civil e adoção por casais gays e a eutanásia. Sobre a legalização da maconha, Hollande já se declarou contra.
Aqui nos interessa a segunda questão. Obviamente, Hollande significa um avanço de fato no que diz respeito aos direitos civis dos homossexuais, visto que, em campanha,o candidato da direita, Nicolas Sarkozy, deixou claro que caso fosse eleito não trabalharia favoravelmente a união civil gay. Em palavras objetivas, Sarkozy se mostrou contra a união e adoção por casais do mesmo sexo. Portanto, vitória para a comunidade gay da França.
Hollande declarou que vai se debruçar sobre o tema da adoção e união civil gay em 2013. De acordo com o presidente, neste momento urge resolver as questões econômicas na França. O país enfrenta o seu pior desemprego, cerca 10% da população segue sem emprego; o socialista também afirmou que vai trabalhar para o aumento do imposto sobre as riquezas, que Sarkozy era contra.
O que realmente importa é a afirmação de uma agenda para a questão gay na França, que foi um dos primeiros países do mundo a realizar parceria civil para casais homossexuais, conhecido como PAX.
Outro fator interessante é que o Partido Socialista francês tem relação de longa data com o Partido dos Trabalhadores (PT). Portanto, podemos pensar e torcer que, ao assumir tal postura pública em prol dos direitos gays, Hollande pode vir a influenciar a presidenta Dilma Rousseff. Mas, até aí, é um pode ser, já que a presidente vive acuada em torno das questões LGBT por conta do forte lobby dos congressistas conservadores e fundamentalistas.
Grécia: entre a esquerda e os neonazistas
Simultaneamente a eleição de Hollande como presidente da França, os gregos também abriam as suas urnas para conhecer o novo parlamento eleito. E a notícia fica entre o bom e o preocupante.
A notícia boa é que grupos da esquerda revolucionária foram o terceiro mais votado, porém, o partido Aurora Dourada, assumidamente nazista, elegeu 21 parlamentares. Em seu pronunciamento após a revelação das urnas, os dirigentea deixaram claro que vão atuar para os "cidadãos gregos de fato" e trabalhar para a expulsão dos imigrantes e daqueles que não trabalham pela pátria de fato, leia-se homossexuais.
Em um momento onde a União Europeia luta para retirar países como Portugal e Espanha do atoleiro em que se encontram, a eleição de 21 neonazistas para o parlamento Grego pode significar mais caos na Grécia, acrescido de xenofobia e homofobia estatal. Um passo pra frente, dez para trás.